Própolis: substância pode diminuir tempo de internação dos pacientes (Elizaveta Antropova/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 11h52.
Última atualização em 22 de janeiro de 2021 às 15h03.
O própolis, queridinho de muitos brasileiros para uma gama diversa de doenças, apresentou bons resultados em um estudo bastante inicial feito pela Apis Flora, Instituto D’or e o Hospital São Rafael, de Salvador (BA), contra o novo coronavírus. Segundo os pesquisadores, a substância reduziu pela metade o tempo de internação dos voluntários.
O estudo, ainda não revisado por pares, foi feito com 124 pacientes internados no Hospital São Rafael entre junho e agosto do ano passado. Todos os pacientes receberam o tratamento padrão contra a covid-19, enquanto 40 pessoas receberam 400 miligramas diárias de própolis, outros 42 receberam 800 miligramas e 42 não a receberam.
O própolis, quando administrado, se mostrou responsável também pela diminuição de intubação e do índice de lesão renal grave causadas pelo vírus.
Os cientistas apontam que o uso do produto natural pode interferir diretamente na proteína enzima conversora da angiotensina 2 , ou ECA2, que está diretamente ligada à disseminação do vírus pelo corpo, diminuindo o processo inflamatório da doença – por isso o tempo de internação é reduzido.
A hipótese dos brasileiros é que o própolis pode reduzir o impacto clínico da covid-19 sem interferir com outras opções de terapia, mas nada é certeza absoluta.
O própolis não serve como protetor contra a covid-19, não evita infecções e seu impacto em quadros do vírus ainda precisam ser estudados mais a fundo. Até o momento, nenhum remédio, substância ou vitamina foi comprovadamente responsável por acabar com infecções pelo SARS-CoV-2. Por isso medidas como o distanciamento social e o uso de máscaras são extremamente importantes para evitar o contágio.