Ciência

Possível vacina contra Covid-19 pode demorar um ano para ser vendida

Companhia de biotecnologia desenvolveu, em 42 dias, uma vacina contra o Covid-19 - mas deve demorar um ano para ser aprovada

Coronavírus: Moderna desenvolve possível vacina contra o vírus (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Coronavírus: Moderna desenvolve possível vacina contra o vírus (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 11 de março de 2020 às 15h59.

Última atualização em 12 de março de 2020 às 12h03.

São Paulo - O novo coronavírus, considerado agora uma pandemia pela OMS, ainda deve permanecer algum tempo sem uma vacina. Embora cientistas já tenham sequenciado o genoma do vírus, especialistas acreditam que uma vacina eficaz ainda pode demorar cerca de um ano para ser descoberta.

Anthony Fauci, chefe dos Institutos Nacionais de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, é o responsável pela estimativa. Durante uma conferência entre empresas de biotecnologia e o governo dos EUA, a presidente da companhia Moderna Pharmaceuticals, Stéphane Bacel, entregou para o Departamento de Saúde do país uma possível vacina contra o vírus - o que foi bem recebido pelos representantes do governo, mas deixou os outros especialistas em dúvida.

Respondendo perguntas dos presentes na reunião, Bacel afirmou que, caso seja aprovada, a vacina só estará disponível a daqui um ano, no mínimo. De acordo com ela, a razão da demora é porque o composto precisa passar por diversos testes para comprovar que a substância não oferece riscos para a saúde humana e pode ser utilizada em pacientes. Os primeiros a receberem as vacinas deverão ser os pacientes que estão em regiões afetadas pela pandemia.

A companhia de Bacel, que é especializada em produzir vacinas gênicas, desenvolveu uma nova instrução genética que tem como objetivo bloquear a ação do vírus no organismo do infectado. Para isso, a solução é injetada em uma nanopartícula e, depois, introduzida no paciente.

Para adaptar a instrução para os pacientes do Covid-19, os cientistas alteraram a formação para que o bloqueio da proteína espinhosa utilizada pelo vírus seja possível. Dessa forma, ele se torna incapaz de invadir células humanas, imunizando o corpo do indivíduo.

A principal diferença entre as vacinas gênicas e as vacinas consideradas tradicionais é que, no caso destas últimas, sua composição é feita de vírus atenuados. Isso significa que, quando a solução é injetada no organismo do paciente, ela incentiva a produção de anticorpos - e as gênicas matam diretamente o vírus.

Além disso, a vacina também é desenvolvida de forma mais rápida - no caso da vacina contra o Covid-19, a equipe de Bacel demorou cerca de 42 dias para desenvolver a nova instrução genética. A tecnologia, porém, ainda precisa ser verificada e classificada como válida para poder ser comercializada no país e no exterior.

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