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Polícia Federal prende cinco por contrabando de fósseis

Entre os detidos está um alemão que era mantenedor de museus de paleontologia nos Estados Unidos e na China


	Visitantes olham fósseis em um museu na China: Operação Munique, como foi chamada ação, teve início há um ano
 (China Photos/Getty Images)

Visitantes olham fósseis em um museu na China: Operação Munique, como foi chamada ação, teve início há um ano (China Photos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2013 às 18h12.

São Paulo – Cinco pessoas foram presas hoje (7) pela Polícia Federal por participarem de uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de fósseis. Entre os detidos está um alemão que era mantenedor de museus de paleontologia nos Estados Unidos e na China.

“No Brasil, os fósseis só podem ser explorados para fins científicos e com autorização”, explicou o delegado Adauto Machado.

Em São Paulo foram presas três pessoas: além do alemão, que era o destinatário final de grande parte dos fósseis, foram presos pai e filho que eram expositores na Praça da República, onde vendiam pedras preciosas e semipreciosas aos domingos.

Segundo o delegado, o pai era o coordenador do esquema criminoso e trabalhava com fósseis e pedras há 40 anos. Foram presos também um envolvido no Rio e outro no Ceará. Dois outros alemães estão foragidos. Os nomes dos acusados não foram divulgados pela polícia.

A Operação Munique, como foi chamada a ação, teve início há um ano, a partir da apreensão de pedras semipreciosas enviadas ilegalmente ao exterior. O comércio de pedras preciosas ou semipreciosas não é ilegal no Brasil, desde que haja autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral.

Os investigadores ainda não conseguiram identificar se a venda das pedras era feita de maneira legal ou ilegal, mas se certificaram que eram utilizadas para encobrir os fósseis enviados para receptadores estrangeiros. Lá fora, os fósseis eram negociados com colecionadores particulares, sites de vendas e museus da Europa e Estados Unidos.

A maior parte dos fósseis era procedente do Crato, no Ceará, onde eram extraídos. “Eles extraíam os fósseis na Bacia do Araripe e depois se reportavam a um alvo em São Paulo, que era quem coordenava o esquema criminoso. O alvo de São Paulo contactava o alvo de Minas Gerais, na região de Curvelo, que era o responsável pela exportação do material. A pessoa (de Minas Gerais) recebia os fósseis, ocultava-os em barris, como se fossem pedras e exportava como se fossem pedras semipreciosas, porque aí a exportação seria feita de forma 'lícita'”, explicou o delegado.

Segundo Machado, ainda não é possível afirmar se os museus internacionais tinham conhecimento de que recebiam mercadorias contrabandeadas ou até mesmo se eles faziam parte do esquema criminoso.

Os investigados vão responder por crimes de furto qualificado de bem da União, receptação qualificada, contrabando e organização criminosa. As penas máximas, somadas, podem atingir 20 anos de prisão.

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