Ciência

Pessoas com gene de neandertal podem ter menos risco de morte por covid-19

O estudo conduzido no Canadá contradiz pesquisa que relacionava genes de neandertais ao risco de quadros graves da doença

Neandertais: gene pode reduzir o risco de morte por covid-19 (1971yes/Getty Images)

Neandertais: gene pode reduzir o risco de morte por covid-19 (1971yes/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 14h35.

OAS1. Esse é o nome do gene herdado de neandertais que, segundo nova pesquisa, pode reduzir o risco de morte por covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Liderado pela McGill University no Canadá, o estudo analisou o código genético que produz diferentes versões do OAS1, gene que foi incorporado ao genoma humano por meio do acasalamento de humanos com neandertais há cerca de 60 mil anos. Assinado por 37 pesquisadores, o estudo ainda não passou pelo processo de revisão de cientistas não ligados a ele, chamado de peer review.

Quem possui esse gene tem menos risco de desenvolver quadros graves da covid-19, precisar de hospitalização ou morrer por complicações da infecção. Os resultados do estudo contradizem pesquisas anteriores, que concluíram que um agrupamento de genes Neandertais poderia aumentar o risco de casos graves de covid-19.

Os dados indicam que uma versão chamada de p46 da OAS1, quando em níveis elevados, faz com que um indivíduo tenha menos de um terço do risco de se infecção pelo novo coronavírus do que alguém com níveis baixos de p46 OAS1. Quando infectadas, essas pessoas têm 9% de risco de hospitalização, e 5% de desenvolver um quadro grave da covid-19, o que, segundo a análise, são considerados níveis baixos de risco.

“Essa forma protetora do OAS1 está presente nos africanos subsaarianos, mas foi perdida quando os ancestrais dos europeus modernos migraram para fora da África. Foi então reintroduzida na população europeia por meio do acasalamento com neandertais”, afirmou o co-autor do estudo Brent Richards, do Jewish General Hospital e da McGill University em Montreal, em entrevista à Reuters.

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