Coronavírus: cientistas descobrem como pausar a replicação do vírus (Radoslav Zilinsky/Getty Images)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 26 de agosto de 2020 às 16h49.
Última atualização em 26 de agosto de 2020 às 16h52.
Um grupo de cientistas pode ter descoberto a forma de impedir que o novo coronavírus se replique. Segundo um estudo feito pela Universidade Goethe e pelo Hospital Universitário de Frankfurt, existe uma forma de paralisar o caminho percorrido pelo vírus para infectar as células humanas.
Quando um indivíduo tem suas células infectadas pela covid-19, a doença consegue refazer os caminhos por onde as células trafegam e, dessa forma, espalhar ainda mais o virus por todo o organismo. Assim, o corpo humano aprende a lidar com o vírus e suportar a sua presença.
Normalmente, grupos de fosfato são responsáveis pelo controle da atividade de proteínas. Quando há uma mudança em uma proteína, esta afeta a próxima e o sinal de mudança acaba sendo transmitido em efeito dominó. O objetivo é enviar o sinal para o núcleo da célula, onde é possível ativar ou desativar os genes que, neste caso, são os do vírus.
Com a pesquisa, os cientistas conseguiram determinar quais caminhos de sinalização eram relevantes para impedir que o vírus se replicasse. O fator de crescimento GFR, que significa Growth Factor Receptor (Receptor do Fator de Crescimento, em tradução literal para o português), foi um dos caminhos identificados.
Além disso, os pesquisadores também descobriram quais caminhos podem ser inibidos por compostos anticâncer --- entre eles o sorafenib, o lonafarnib e o omipablisib. Christian Münch, cientista que auxiliou na pesquisa, comentou que as substâncias analisadas conseguiram parar completamente a replicação do SARS-CoV-2.
Ainda que a pesquisa tenha apenas iniciado a discussão, os pesquisadores acreditam que os testes clínicos podem começar rapidamente --- a depender da disponibilidade das clínicas e hospitais. Jindrich Cinatl, pesquisador de Frankfurt, disse que são necessários testes em humanos para comprovar a teoria. "Medicamentos já aprovados têm uma vantagem gigantesca em termos de desenvolvimento, então seria possível, com base em nossos resultados e mais alguns experimentos, começar estudos clínicos muito rapidamente", disse Cinatl.