A falhas de segurança médica abrangem de diagnósticos errados a medicação equivocada (FG Trade/Getty Images)
Anualmente, dos cerca de 20 milhões de pacientes tratados em hospitais no Brasil, 1,3 milhão sofre com ao menos um efeito colateral causado pela negligência ou imprudência dos profissionais de saúde.
Na lista de falhas, entram de cirurgias que erram o local da operação, até uma alergia por medicamento em um paciente que já havia notificado sua sensibilidade à substância. Os efeitos são catastróficos: quase 55 mil pessoas morrem por ano no país, o equivalente a seis por hora, por causa dos erros médicos.
E numa tentativa de mitigar os efeitos fatais de atendimentos malsucedidos, a publicadora de informações especializada em ciência e saúde Elsevier, junto da Joint Commission International (JCI), uma das principais certificadoras de saúde do mundo, iniciaram em agosto uma pesquisa para detalhar os métodos de segurança ao paciente adotados em hospitais da América Latina.
O levantamento deve ouvir, até setembro, formadores de opinião e especialistas de instituições de saúde para entender as práticas e ferramentas adotadas para a redução de falhas que seriam facilmente evitáveis.
"No setor de saúde chamamos de 'dano zero' a busca por um atendimento imune ao erro. A pesquisa que iniciamos agora tem porte suficiente para mapear onde estamos e para onde vamos nas boas práticas, bem como prestar apoio e garantir uma saúde mais segura para pacientes e profissionais”, afirma Laís de Holanda Junqueira, gerente de Qualidade, Segurança do Paciente e Inovação da Elsevier e membro do conselho científico da Sociedade Brasileira de Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente.
A pesquisa integra um outro projeto que vai realizar, a partir de setembro, uma série de ações no setor de saúde para discutir as melhorias a serem feitas para tornar os hospitais mais seguros. A iniciativa segue o Plano de Ação Global para a Segurança do Paciente 2021-2030, traçado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para a OMS, boa parte dos erros médicos não são justificados por falta recursos financeiros, pelo contrário, os sistemas onde os pacientes são, com frequência, vítimas desses erros acabam por gastar mais dinheiro para remediar os danos.
Hospitais Medicare, nos Estados Unidos, que intencificaram o 'dano zero', pouparam o equivalente a cerca de 150 bilhões de reais entre 2010 e 2015 devido a melhores controles de segurança, para evitar os erros.
Com Agência Brasil