Coronavírus: nova pesquisa usa tecnologia para buscar medicamentos que possam servir para tratar a infecção pelo vírus (Radoslav Zilinsky/Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 12 de agosto de 2020 às 19h52.
Última atualização em 12 de agosto de 2020 às 20h02.
Pesquisadores identificaram centenas de medicamentos que têm potencial para tratar a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O estudo foi feito na Universidade da California, Riverside, e contou com o auxílio da tecnologia conhecida como aprendizagem de máquina, que consiste no uso de um algoritmo que imita o processo de aprendizagem humana, mas com a eficiência de uma máquina.
O estudo buscou dar novo propósito a drogas, como o Remdesivir, para combater a infecção pelo vírus. Os pesquisadores programaram o software com base em 65 proteínas humanas conhecidas por interagir com o novo coronavírus. Foram analisadas 10 milhões de moléculas já comercialmente aprovadas para uso que poderiam combater a infecção viral. A partir dessa amostra, os pesquisadores chegaram a um conjunto de possíveis tratamentos medicamentosos contra a covid-19.
"Os 65 alvos proteicos são bastante diversos e estão implicados em muitas outras doenças também, incluindo câncer", disse Joel Kowalewski, estudante que atuou no estudo conduzido por Anandasankar Ray, professor de biologia de sistemas, molecular e celular.“Além dos esforços de reaproveitamento de medicamentos em andamento contra esses alvos, também estávamos interessados em identificar novos produtos químicos que atualmente não estão bem estudados”.
A pesquisa apontou centenas de possibilidades e, agora, os pesquisadores buscam financiamento para continuar o estudo com o auxílio da tecnologia.
O novo coronavírus ainda é causadora de uma infecção sem cura ou prevenção. Por conta disso, diversos países continuam adotando medidas de distanciamento social e buscando formas criativas para uma volta gradual da normalidade, como shows em formato drive-in ou em cercadinhos.
O Organização Mundial da Saúde lista mais de 160 projetos de vacinas, menos de dez na fase 3, a mais avançada de testes. Faltam, também, medicamentos específicos para tratar a covid-19, tratada em hospitais como síndrome respiratória aguda grave.
A vacina da Universidade de Oxford, no Reino Unido, feita em parceria com a farmacêutica anglosueca AstraZeneca é a que tem projeção de conclusão mais otimista, estimada para setembro. A Rùssia também anunciou ter criado uma vacina, sobre a qual não revelou muitos detalhes. Com o tempo médio de desenvolvimento de vacinas de 10 anos, mesmo estimativas para 2021 podem ser otimistas. A própria OMS já alertou que, com ou sem vacina, a covid-19 pode nunca desaparecer, assim como outras doenças infecciosas.