Plástico no oceano: pesquisa revela como isso afeta a saúde humana (Yegor Aleyev/Getty Images)
AFP
Publicado em 5 de junho de 2019 às 15h21.
Última atualização em 5 de junho de 2019 às 15h27.
O ser humano ingere e respira dezenas de milhares de partículas de plástico a cada ano, de acordo com uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (5) pela revista Environmental Science and Technology.
Estes microplásticos, que são procedentes da degradação de produtos diversos, como roupas sintéticas, pneus e lentes de contato, são encontrados nas superfícies aquáticas do planeta, desde as maiores geleiras até o fundo dos oceanos.
Pesquisadores canadenses analisaram centenas de dados sobre essa contaminação com a dieta e os modos de consumo dos americanos.
Resultado dessas estimativas: um homem adulto ingere uma média de 52.000 micropartículas plásticas por ano. Se adicionarmos as partículas que estão no ar, o número aumenta para 121.000. Os autores do estudo salientaram que os dados variam muito dependendo de onde as pessoas vivem e o que comem.
O impacto na saúde humana ainda precisa ser determinado, de acordo com os pesquisadores. No entanto, as partículas mais finas "podem potencialmente atingir os tecidos humanos (e) gerar uma resposta imune localizada", acrescentam.
Para Alaistair Grant, professor de Ecologia da Universidade de East Anglia, que não esteve envolvido no estudo, nada prova que as partículas de plástico representam um "perigo significativo para a saúde humana". Segundo Grant, é provável que apenas uma pequena parte dos elementos inalados atinja os pulmões.
Os autores defendem o fortalecimento da pesquisa sobre a quantidade de matéria que chega aos pulmões e ao estômago e seus efeitos sobre a saúde.
Enquanto isso, "a maneira mais eficaz de reduzir o consumo humano de microplásticos é, sem dúvida, reduzir a produção e o recurso" a esse material, acrescentam eles.