Ciência

Perda de savana africana emite três vezes mais CO2 do que se pensava

Produção de combustível, principalmente carvão, para cozinhar e aquecer puxa alta em índices de desmatamento e degradação na floresta

Paisagem de savana. (Narathip12/Thinkstock)

Paisagem de savana. (Narathip12/Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 27 de agosto de 2018 às 12h10.

São Paulo – O desmatamento e a degradação nas savanas da África emitem pelo menos três vezes mais dióxido de carbono (CO2) do que os cientistas estimavam anteriormente. Um novo estudo analisou as relações complexas entre clima, ecologia e atividades humanas na região e revelou que os humanos são os principais responsáveis.

Produção de combustível, principalmente na forma de carvão, para cozinhar e aquecer é a maior causa da alta dos índices de desmatamento e degradação em um dos principais ecossistemas do mundo, as florestas africanas de Miombo, que possuem um alto índice de diversidade de espécies e cobrem 2,5 milhões de quilômetros quadrados, em países como Angola, Zâmbia, Tanzânia e Moçambique.

As árvores da savana africana fornecem quase 80% da energia usada na região, uma prática que muitas vezes não é regulamentada, o que leva a uma retirada excessiva de recursos da natureza, diz o estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

O estudo também observou que, ao mesmo tempo que árvores estão sendo derrubadas, cresce o número de novas árvores em áreas remotas das florestas, longe de influências humanas, o que ajuda a compensar as emissões.

Segundo os pesquisadores, "se mais terra for protegida ou usada de maneira sustentável, as florestas podem se recuperar com relativa rapidez". A pesquisa foi publicada este mês na revista Nature Communications .

 

 

 

 

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