Onças: predadoras esquivas evitam humanos e atacam apenas em situações extremas (Onçafari/Eduardo Fragoso/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 30 de abril de 2025 às 06h46.
As onças-pintadas não veem humanos como presas. Predadores carnívoros altamente adaptados, esses grandes felinos — os maiores das Américas — preferem caçar veados, capivaras, jacarés, antas e tamanduás. Ataques a pessoas são eventos excepcionais e, quase sempre, envolvem condições ambientais ou humanas atípicas.
A reação natural da onça-pintada diante da presença de humanos é a fuga.
O comportamento da espécie mostra que ela evita confronto com pessoas e não desenvolve interesse habitual por carne humana. Estudos sobre a dieta da onça-pintada não incluem seres humanos entre os alimentos naturais.
As poucas ocorrências de ataques costumam estar associadas a situações específicas, como a defesa de filhotes, condições de fome extrema ou quando o animal está debilitado ou incapaz de caçar.
Outro fator de risco é a interferência humana, como a prática de "cevar" (oferecer comida para atrair), manter cães por perto ou invadir o habitat do animal. Isso pode romper o ciclo de comportamento natural e resultar em confrontos.
Globalmente, a espécie que mais causa ataques fatais é o tigre (Panthera tigris). Só na região leste da Índia, cerca de 35 pessoas morrem todos os anos em confrontos com esses felinos.
Leopardo e leão também figuram no topo da lista, com dezenas de casos registrados anualmente na Ásia e na África.
A onça-pintada (Panthera onca), por sua vez, está no fim dessa lista. De 1950 a 2018, foram apenas 64 ataques confirmados na Amazônia brasileira, o que reforça a baixa letalidade da espécie quando o tema é o convívio com seres humanos.
Já o guepardo (Acinonyx jubatus), apesar da fama e velocidade, raramente entra em conflito com humanos. E o pequeno Felis nigripes, conhecido como gato-bravo-de-patas-negras, é extremamente eficaz na caça de pequenos animais, mas não representa qualquer ameaça real a pessoas devido ao seu porte diminuto.