Ciência

OMS teme "situação caótica" caso haja mistura sem controle de vacinas

Órgão de saúde global teme que atitude possa causar perda de dados e dificuldade de acompanhar pacientes

Vacinação: OMS está preocupa com mistura indiscriminada de diferentes doses de vacina contra a covid-19 (Eduardo Frazão/Exame)

Vacinação: OMS está preocupa com mistura indiscriminada de diferentes doses de vacina contra a covid-19 (Eduardo Frazão/Exame)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 14 de julho de 2021 às 12h14.

Última atualização em 14 de julho de 2021 às 12h14.

A cientista chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, advertiu que a vacinação contra a covid-19 poderá se tornar "caótica" caso indivíduos misturem vacinas por conta própria, afirmando que esse tipo de decisão deve ser deixada a cargo das autoridades de saúde.

"Tem uma tendência perigosa acontecendo", disse durante uma coletiva na segunda-feira, ao responder uma pergunta sobre terceiras doses. "A situação será caótica nos países se os cidadãos começarem a decidir quando e quem vai tomar uma segunda, terceira ou quarta dose".

Alguns estudos já apontam vantagens por misturar diferentes tipos de imunizantes, mas eles estão ainda em fases iniciais e precisam de maior revisão e preparação.

Um estudo britânico sobre as vacinas, por exemplo, sugere que a mistura de diferentes marcas pode provocar uma resposta imune bastante eficaz e robusta contra covid-19. No ensaio preliminar, as amostras de sangue coletadas de voluntários mostraram que eles produziram altos níveis de anticorpos e células imunológicas após receberem uma dose da vacina Pfizer e outra da AstraZeneca-Oxford.

A própria OMS já afirmou em junho que a vacina da Pfizer pode ser ministrada como segunda dose após uma primeira da AstraZeneca, caso os países enfrentem problemas de fornecimento e falta dos imunizantes.

Alguns países como Canadá, Espanha e Coreia do Sul aprovaram oficialmente a mistura dos imunizantes para evitar efeitos raros, como coágulos, na vacina da AstraZeneca.

A preocupação da OMS agora é que a mistura parta dos próprios pacientes e a situação se torne incontrolável, sem a possibilidade de fazer análise de dados mais efetivas sobre os casos.

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