Ciência

OMS suspende testes de cloroquina contra coronavírus. E o Brasil?

O medicamento terá a segurança avaliada até que sejam retomados os testes

Cloroquina: medicamento não mostrou benefícios no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus (Brasil2/Getty Images)

Cloroquina: medicamento não mostrou benefícios no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus (Brasil2/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 25 de maio de 2020 às 13h11.

Última atualização em 26 de maio de 2020 às 13h07.

A Organização Mundial da Saúde anunciou que vai suspender os testes com a cloroquina para o tratamento de pessoas com a doença covid-19, causada pelo novo coronavírus.

O anúnciou foi feito por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. Ghebreyesus disse que a pausa vai durar até que se saiba que o medicamento é seguro para pacientes.

Um estudo publicado na semana passada no jornal científico The Lancet, um dos mais respeitados do mundo, indicou que a cloroquina não tinha efeitos positivos no tratamento da covid-19 e poderia estar ligada a mais mortes do que as registradas com os tratamentos tradicionais de síndromes respiratórias agudas graves.

Mesmo antes da publicação do estudo, que envolveu 96.000 pacientes, a OMS já ressaltava que não havia evidências científicas conclusivas a respeito da eficácia do medicamento contra a covid-19. A cloroquina e a variante hidroxicloroquina podem causar problemas cardíacos, como a arritmia.

A discordância em relação à cloroquina foi um dos fatores que motivaram a saída do ministro da saúde Nelson Teich do governo Bolsonaro. Depois de Teich deixar o cargo, o ministério ampliou os testes do medicamento.

No Brasil, os testes da cloroquina são liderados pela Fiocruz e, incialmente, eram feitos em 18 hospitais de 12 estados brasileiros. O estudo era uma colaboração de âmbito internacional para identificar a eficácia da cloroquina contra a covid-19.

À EXAME, a Fiocruz informou o seguinte: "O ensaio clínico Solidarity, esforço global coordenado pela Organização Mundial da Saúde, começou com as quatro linhas de tratamento que eram mais promissoras no início da pandemia. Por ser um estudo randomizado e adaptativo, ele foi desenhado para ser flexível. A partir das evidências científicas, é possível que haja alteração das propostas terapêuticas, com inclusão ou exclusão de medicamentos. A Fiocruz, que está a frente do estudo no Brasil, segue as orientações da coordenação".

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