Ciência

Oceanos mais quentes podem arruinar cadeia alimentar marinha

Os cientistas montaram doze grandes tanques, num ambiente controlado para reproduzir as cadeias alimentares marinhas

Oceano: oceanos mais quentes restringem fluxos de energia vitais entre as diferentes espécies do ecossistema marinho (PlanctonVideo/Thinkstock)

Oceano: oceanos mais quentes restringem fluxos de energia vitais entre as diferentes espécies do ecossistema marinho (PlanctonVideo/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 9 de janeiro de 2018 às 21h06.

Roma - O fracasso em controlar o aumento da temperatura global poderia levar ao colapso da cadeia alimentar marinha, devastando os meios de subsistência de dezenas de milhões de pessoas que dependem da pesca para alimentos e renda, alertaram cientistas.

Oceanos mais quentes restringem fluxos de energia vitais entre as diferentes espécies do ecossistema marinho, reduzindo a quantidade de comida disponível para os grandes animais, na maioria peixes, no topo da cadeia alimentar, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira no periódico PLOS Biology.

Isso pode ter “implicações sérias” para a quantidade de peixes, disse Ivan Nagelkerken, professor de ecologia marinha da Universidade de Adelaide, na Austrália, um dos autores do estudo.

No mundo, cerca de 56,5 milhões de pessoas praticaram a pesca e a aquicultura em 2015, de acordo com dados da FAO, a agência das Nações Unidas para alimentação.

Segundo a agência, quase um quinto da proteína animal consumida por 3,2 bilhões de pessoas em 2015 veio do peixe.

Os cientistas de Adelaide montaram doze grandes tanques, cada um com 1.800 litros de água, num ambiente controlado para reproduzir as cadeias alimentares marinhas. Eles testaram os efeitos da acidificação e do aumento da temperatura durante seis meses.

A produtividade das plantas aumentou sob temperaturas mais quentes, mas isso se deu principalmente por causa da expansão de bactérias que os peixes não comem, disse Nagelderken.

Os resultados do estudo mostraram que o acordo climático de Paris de 2015 deve ser cumprido “para proteger os nossos oceanos do colapso, perda da biodiversidade e menos produção de peixes”.

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