O que se sabe (até hoje) sobre os buracos negros (PASIEKA/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 6 de outubro de 2020 às 11h20.
Última atualização em 6 de maio de 2022 às 11h33.
A teoria geral da relatividade de Albert Einstein já previa que, quando uma estrela massiva morre, ela deixa para trás um núcleo denso remanescente --- se a massa dele for cerca de três vezes maior que a do Sol, a equação mostrava que a força da gravidade, mais forte do que qualquer outra, transformava a morte das estrelas em um fenômeno que hoje conhecemos como buraco negro.
O buraco, apesar do nome, não é vazio, mas sim a junção de matérias em uma única área. A Nasa explica que, para entender melhor como funciona um buraco negro, basta pensar em uma estrela dez vezes mais massiva que o Sol, colocada em uma esfera de diâmetro aproximado com a cidade de Nova York: o resultado, então, é um campo gravitacional tão forte que nada pode escapar dele. Na Via Láctea existem diversos buracos negros --- e os cientistas ainda não encontraram todos, é claro.
Mas, calma. Segundo a Nasa, é impossível que um buraco negro (por maior que ele seja) consiga "comer" uma galáxia inteira. O sistema solar segue a salvo.
Existem quatrotipos de buracos negros na galáxia conhecidos até o momento. São eles: estelares, colapsares, intermediários e supermassivos.
Enquanto os estelares possuem uma massa dez vezes maior que a do Sol e, assim como os colapsares, nascem de uma explosão de estrelas, os supermassivos são buracos negros com massa bilhões de vezes maior que o Sol.
A maioria dos buracos negros é formado com base nos resquicios de uma estrela grande que morreu durante uma explosão de supernova. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso que a estrela em questão seja três vezes maior do que o Sol.
Apenas para nível de comparação, a massa do Sol é de 1.988.500. Multiplique isso por três. É por isso que um buraco negro é tão potente a ponto de engolir tudo que está próximo a ele.
Um buraco negro estelar pode se formar em segundos após uma estrela grande se colapsar. Já os buracos negros supermassivos podem demorar um pouco menos de bilhões de anos para alcançar seu maior tamanho.
Recentemente um buraco negro "que nem deveria existir" foi encontrado por cientistas. A equipe de pesquisadores identificou o IMBH, que possui massa 142 vezes maior do que a do Sol e, por isso, não se encaixa na descrição de nenhum tipo de buraco negro conhecido atualmente.
Encontrar um buraco negro é uma tarefa difícil para os astronômos. Isso porque ele engole qualquer tipo de luz que seja colocada próximo a ele. Mas a forma mais comum de achar um é ficar de olho nos arredores quais há desconfiança, uma vez que os buracos negros engolem todas as coisas, mas deixam vestígios de sua "alimentação".
Conforme eles adquirem novas estrelas, a massa gravitacional e as forças magnéticas deles aumentam, superaquecendo, e emitem radiação. Eles não querem passar despercebidos --- e, se querem, são muito bagunceiros para isso.
A resposta é não. E isso acontece porque ele não é massivo o suficiente para tal feito. Se um dia o Sol explodisse, ele provavelmente se tornaria uma anã branca, um remanescente denso de uma estrela.
A teoria indica que é possível usar esses "buracos de minhoca" para fazer viagens longas no universo, mas de forma mais rápida. Tudo surgiu com Einstein e a relatividade. Esse buraco de minhoca teria duas bocas, com uma espécie de garganta conectando as duas, o que permitiria que o indivíduo entrasse de um lado e saísse do outro.
Para facilitar a explicação, pense no filme dos "Vingadores". É claro que, para muitos cientistas, a representação do filme dos super-heróis não é totalmente real, mas o vilão Thanos utiliza buracos negros o tempo todo para se transportar de um lugar para outro.
Mas a chave para uma viagem no tempo através de um buraco de minhoca é que é preciso acelerar uma das duas bocas à velocidade da luz para que o tempo dentro dele passe lentamente e então voltar para a boca que não se moveu. Para isso, é preciso evitar que ele entre em colapso --- uma tarefa muito complicada. Para fazer esse tipo de viagem é preciso encontrar partículas e elementos muito peculiares (e talvez até inexistentes) em nosso universo.
A última teoria de Stephen Hawking foi publicada em 13 de dezembro de 2018, nove meses após a morte do físico. Segundo ele, Malcolm Perry, Sasha Haco e Andrew Strominger, algumas informações podem ser amarzenadas dentro de um buraco negro por conta de "cabelos macios" existentes dentro dele mesmo após seu desaparecimento.
Para Hawking, cada buraco negro é diferente um do outro e tem características que vão além de massa e têm temperaturas que podem ser medidas.
Apesar de enormes, Hawking acredita que os buracos negros podem diminuir de tamanho após um tempo ao perder pequenas partículas de energia chamadas de "radiação Hawking". A teoria do físico é que a radiação nomeada em homenagem a ele ocorre por conta do espaço vazio, mas não é totalmente vazia --- e sim composta de diversas partículas que outrora existem, outrora não. Para provar a hipótese, Hawking afirmou que se duas partículas ficarem próximas a um buraco negro, uma delas será engolida por ele, enquanto outra fugirá para o espaço, o que indica que o buraco negro poderá perder energia e massa lentamente. Mas isso pode demorar muito.