Bateria de diamante: solução sustentável e duradoura (Jeffrey Hamilton/Getty Images)
Repórter de POP
Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 16h13.
A bateria de diamante, uma inovação tecnológica que utiliza carbono-14 encapsulado em diamante, pode ser a chave para resolver um dos maiores desafios da atualidade: a durabilidade das fontes de energia.
Com uma vida útil de impressionantes 5.700 anos, essa nova bateria promete substituir as tradicionais de íon-lítio e oferece uma solução sustentável, de longa duração, para uma variedade de aplicações. A descoberta foi anunciada por uma equipe de cientistas liderada por Sarah Clark, da Autoridade de Energia Atômica do Reino Unido (UKAEA), e Tom Scott, da Universidade de Bristol.
A tecnologia, que utiliza o carbono-14, um isótopo radioativo frequentemente empregado na datação de materiais arqueológicos, se destaca pela capacidade de transformar a radiação beta, emitida durante o decaimento do carbono-14, diretamente em eletricidade. Isso permite a criação de baterias que não só duram milhares de anos, como também são mais leves e eficientes do que as soluções tradicionais.
Embora o conceito tenha sido validado em pequena escala, a produção em massa de baterias de carbono-14 enfrenta desafios significativos, principalmente devido à escassez e ao custo do carbono-14 — subproduto de reatores nucleares. Avanços no processo de encapsulamento em diamantes têm demonstrado grande potencial para viabilizar a tecnologia, no entanto, o que pode torná-la em uma opção real para diversos setores.
Além disso, baterias de níquel-63 também seguem um princípio semelhante de encapsulamento em diamante e estão sendo desenvolvidas paralelamente, o que amplia ainda mais as possibilidades de aplicação dessa tecnologia de microenergia.
As possíveis aplicações dessa tecnologia são vastas. No campo médico, a bateria de diamante pode ser a solução definitiva para dispositivos implantáveis como marcapassos, eliminando a necessidade de substituições frequentes, um processo complicado e oneroso. Com a longevidade de 5.700 anos da bateria, esses dispositivos poderiam operar por toda a vida do paciente sem necessitar de manutenção.
No setor espacial, as implicações são igualmente revolucionárias. Atuais sondas espaciais, como as Voyager, utilizam geradores termelétricos que dependem de plutônio-238 e perdem eficiência com o tempo. Mais de 40 anos após o lançamento, as sondas ainda estão operacionais, mas com 30% menos energia disponível.
Com as novas baterias de diamante, futuras missões espaciais poderiam ser mais leves, rápidas e duradouras. Em linhas gerais, significaria menos necessidade de manutenção e maior eficiência.