Medicamentos: cerca de 200 drogas contra covid-19 estão em fase de testes (REB Images/Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 11 de maio de 2020 às 13h05.
Última atualização em 12 de maio de 2020 às 12h33.
Descoberto há cerca de 20 anos por Thomas Stoseel, professor de medicina da Universidade de Harvard, um novo tratamento é estudado para melhorar a saúde de pacientes com a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
O tratamento se baseia na gelsolina plasmática, uma proteína abundante no sistema imunológico humano, mas que é reduzida em quadros inflamatórios graves. Em pacientes infectados pelo novo coronavírus, a terapia pode ajudar a conter a resposta inflamatória do organismo. Com isso, seria possível, em tese, reduzir as consequências mais graves da covid-19 e, portanto, melhorar a chance de sobreviência de pacientes.
Segundo a empresa de biotecnologia americana BioAegis Therapeutics, que testa a terapia, o tratamento com gelsolina plasmática pode prevenir ou reduzir o dano de infecções aos pulmões. O tratamento pode evitar os dados causados pelo fenômeno conhecido como tempestade de citocinas, uma resposta agressiva do sistema imunológico que afeta tanto células infectadas quanto células saudáveis.
Por ser de origem humana, a quantidade de testes clínicos necessários é menor do que para anticorpos vindos de lhamas, por exemplo.
A BioAegis realizou testes clínicos preliminares do tratamento em pacientes hospitalizados com diagnóstico de pneumonia. A fase seguinte de testes seria realizada após a empresa levantar 30 milhões de dólares necessários, mas o novo coronavírus surgiu antes que isso acontecesse. A companhia agora aguarda aprovação a Federal and Drug Administration, agência regulatória análoga à Anvisa, para seguir com os testes da terapia.
No mundo, são estudados cerca de 200 medicamentos contra a covid-19, como o Remdevisir, a cloroqina, o Annita e o Avigan. Apesar de alguns serem promissores, ainda nenhum possui aprovação clínica global ou eficácia totalmente comprovada contra a doença causada pelo novo coronavírus.