Pesquisadores mostram resposta imunológica longa em pacientes - boa notícia para o combate da doença (Kaust/Ivan Viola/Divulgação)
Karina Souza
Publicado em 17 de novembro de 2020 às 21h10.
Última atualização em 18 de novembro de 2020 às 07h03.
Um novo estudo conduzido recentemente mostra que a imunidade ao coronavírus é duradoura entre os pacientes que já contraíram a doença. O material, elaborado pelo Instituto de Imunologia La Jolla, localizado na Califórnia, foi publicado hoje pelo New York Times e mostra que pacientes têm células capazes de combater a covid-19 oito meses após a infecção. Segundo os pesquisadores, a lenta perda de imunidade pode sugerir que as defesas no organismo podem durar anos ou até mesmo décadas.
A pesquisa foi publicada online e ainda precisa de revisão de pares ou de publicação em jornais científicos. Mesmo assim, se destaca como o estudo mais abrangente já conduzido a respeito da imunidade ao coronavírus até hoje.
“Essa quantidade de memória celular provavelmente impediria a grande maioria das pessoas de contrair doenças hospitalizadas, doenças graves, por muitos anos”, disse Shane Crotty, virologista do Instituto de Imunologia La Jolla que co-liderou o novo estudo, ao NYT.
A pesquisa corrobora as descobertas de outro estudo recente, que mostra que sobreviventes da SARS, causada por outro tipo de coronavírus, ainda têm imunidade celular relevante 17 anos após a contaminação.
Mas e os anticorpos?
De acordo com a pesquisa conduzida pelo Instituto La Jolla, é comum que os níveis de anticorpos caiam após certo tempo de infecção. Contudo, eles são apenas uma parte das defesas do corpo contra uma nova infecção. Outras células que "se lembram" do vírus têm um papel essencial no combate a infecções graves.
As boas notícias do estudo atual se somam àquelas trazidas por outras pesquisas com foco em encontrar uma cura para a covid-19. Recentemente, pesquisadores da Universidade de Columbia identificaram novos anticorpos que podem neutralizar o vírus no corpo humano.