Ciência

Novo coquetel contra covid-19 tem sucesso em testes

Segundo a farmacêutica americana Regeneron, coquetel de anticorpos reduziu a carga viral e o tempo de recuperação dos pacientes

Covid-19: resultados foram relacionados aos primeiros 275 pacientes recrutados para o estudo de fase 1 dos testes da Regeneron (4X-image/Getty Images)

Covid-19: resultados foram relacionados aos primeiros 275 pacientes recrutados para o estudo de fase 1 dos testes da Regeneron (4X-image/Getty Images)

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AFP

Publicado em 29 de setembro de 2020 às 22h13.

A empresa americana de biotecnologia Regeneron afirmou nesta terça-feira (29) que seu coquetel de anticorpos contra o coronavírus reduz a carga viral e o tempo de recuperação dos pacientes não hospitalizados em estágio inicial do tratamento.

“Estamos muito animados com a natureza robusta e consistente desses dados iniciais”, disse George Yancopoulos, presidente e diretor científico da empresa.

"Começamos a discutir nossas descobertas com as autoridades regulatórias à medida que continuamos nosso teste em andamento", acrescentou.

Os resultados foram relacionados aos primeiros 275 pacientes recrutados para o estudo de fase 1 dos testes da Regeneron.

Os pacientes foram aleatoriamente designados para receber uma dose baixa, uma dose alta ou um placebo da droga, e também foram classificados de acordo com a resposta positiva ou negativa dos anticorpos por eles gerados.

O maior benefício do tratamento tem ocorrido em pacientes que não geraram sua própria resposta imune efetiva, o que sugere que a droga, conhecida como REGN-COV2, poderia atuar como substituta na ausência dos anticorpos, que são gerados naturalmente, segundo Yancopoulos.

A Regeneron disse que recrutaria 1.300 pacientes para os próximos estágios do teste ambulatorial. A empresa também está conduzindo simultaneamente estudos de fase tardia para pacientes de covid-19 hospitalizados e para o uso potencial do medicamento como profilaxia.

Os anticorpos são proteínas de combate a infecções produzidas pelo sistema imunológico que podem se ligar a estruturas específicas na superfície dos patógenos e impedir que eles invadam as células.

As vacinas funcionam ensinando o corpo a produzir seus próprios anticorpos, enquanto os cientistas testam anticorpos já produzidos com o sangue de pacientes recuperados, chamado de plasma convalescente.

No entanto, não é possível fazer um tratamento de plasma convalescente em grande escala.

Os pesquisadores também podem examinar os anticorpos produzidos por pacientes recuperados e selecionar os mais eficazes entre milhares e, então, fabricá-los em maior escala.

A Regeneron utiliza uma estratégia multicorpos para diminuir as chances de o vírus sofrer mutação para evitar a ação bloqueadora de um único anticorpo, uma abordagem que a empresa detalhou em um estudo recente publicado na revista Science.

No ano passado, um coquetel de anticorpos triplo desenvolvido pela Regeneron se mostrou eficaz contra o vírus Ebola.

Ainda nesta terça-feira, a empresa de biotecnologia Moderna, uma das líderes na corrida por uma vacina contra a covid-19, divulgou os resultados de seu ensaio clínico de fase 1, segundo o qual seu medicamento é seguro e gerou forte resposta imunológica entre um grupo de 40 adultos mais velhos.

A fase 3 da Moderna, última etapa anterior à aprovação, também está em andamento e os primeiros resultados poderão ser divulgados até o fim do ano.

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