Vacina: pesquisadores criaram vacina que aumenta proteção contra coronavírus (kuniharu wakabayashi/Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 22 de maio de 2020 às 12h40.
Última atualização em 22 de maio de 2020 às 16h31.
Criado por pesquisadores chineses, um novo projeto de vacina contra a covid-19 teve resultados promissores reportados em um estudo publicado no respeitado periódico científico The Lancet. A vacina foi testada em 108 pessoas, divididas em três grupos, e gerou um aumento "significativo" -- segundo os pesquisadores -- de anticorpos contra o novo coronavírus.
O estudo é assinado por 21 pesquisadores chineses e traz informações tanto sobre a segurança quanto sobre a melhora da imunidade do organismo contra a covid-19, com base nos testes feitos em pacientes humanos. Nenhuma reação severa foi apresentada pela maioria dos pacientes.
O número de anticorpos contra o novo coronavírus aumentou no organismo dos pacientes vacinados após 14 dias e atingiu o pico após 28 dias.
A vacina causou reações na maioria dos participantes nos primeiros sete dias após a aplicação. Os efeitos colaterais reportados foram dor, febre, fadiga, dor de cabeça e dor muscular. Quem recebeu maior dose da vacina apresentou menos reações. Ainda assim, mais de 70% dos participantes desse grupo reportaram os efeitos colaterais. Em todos os grupos de pesquisa, as reações foram fracas ou moderadas. A idade média dos participantes era de 36 anos (eles tinham de 18 a 60 anos e nunca haviam contraído a covid-19).
Apesar de o grupo que recebeu a dose mais alta ter apresentado melhor resposta na produção de anticorpos, os pacientes também tiveram reações mais fortes do que a média, com quadros severos de febre, fadiga, dispneia, dor muscular e dor nas juntas.
A vacina criada na China usa um recombinante de adenovírus tipo 5 com foco na covid-19 para ajudar o organismo humano a desenvolver defesas contra a infecção pelo novo coronavírus. Os pesquisadores afirmam, no novo estudo, que as reações apresentadas pelos pacientes são similares às reportadas por participantes de um estudo com uma vacina baseada em adenovírus tipo 5 que avaliou sua segurança e eficácia contra o vírus ebola.
No mundo, existem cerca de 100 vacinas em fase de testes e 200 medicamentos analisados para combater o novo coronavírus.