Diamante: parece que tem um material mais forte que ele por aí (Scott Kleinman/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 2 de julho de 2020 às 13h19.
Se até hoje o diamante ocupava o pódio como um dos materiais mais duros conhecidos pela humanidade, tudo pode mudar. Acontece que a pedra preciosa pode ter um rival. Uma nova forma de carbono foi descoberta e, segundo a Universidade de Tsukuba, é tão "dura quanto um diamante, mas tão leve quanto a grafite de um lápis". E seu principal uso pode ser o armazenamento de gás e optoeletrônica, que é o estudo de aparelhos eletrônicos capazes de fornecer, detectar e controlar a luz.
A descoberta foi feita com a ajuda de uma simulação em computador e os cientistas batizaram a novidade de "pentadiamond" ("pentadiamante", na tradução literal para o português). Os diamantes são feitos completamente de átomos de carbono agrupados em uma estrutura densa, mas o carbono também é capaz de formar outras várias configurações estáveis, como é o caso dos alótropos -- que incluem o grafite dos lápis, já citados acima, assim como os nanotubos de carbono.
Os alótropos têm propriedades mecânicas e algumas características deles dependem principalmente da forma como os átomos se juntam uns aos outros -- nos diamantes, por exemplo, cada um entra em convalência com outros quatro "vizinhos", o que os cientistas chamam de "hibridização sp3", enquanto, nos nanotubos, essa aliança é chamada de "hibridização sp2". Para encontrar o pentadiamante, os pesquisadores da Universidade de Tsukuba, no Japão, tentaram entender o que aconteceria se os átomos de carbono fossem arranjados de uma forma mais complexa, misturando os dois tipos de hibridização.
A descoberta foi que o novo modelo tem uma resiliência de 1700 gigapascal, enquanto o diamante normal tem apenas 1200 gigapascal, medida de força definida como um newton por metro quadrado.
O diamante que se cuide -- parece que tem um material mais forte do que ele por aí.