Descoberta: os Manuscritos do Mar Morto são documentos religiosos escritos por uma seita judaica, os essênios (Casey L. Olson and Oren Gutfeld)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 17h51.
Na década de 1940, foram encontradas 11 cavernas na Cisjordânia que são consideradas uma das maiores descobertas arqueológicas do século 20. Isso porque, dentro delas, estavam pergaminhos que continham os trechos mais antigos já vistos da Bíblia, contemporâneos da época em que Jesus viveu. Agora, arqueólogos acreditam que encontraram uma 12ª caverna.
Os Manuscritos do Mar Morto são documentos religiosos escritos por uma seita judaica, os essênios. Eles viviam perto desse mar extremamente salgado e tinham um templo e uma rotina rígida que lembrava a dos monastérios. A comunidade foi destruída pelos romanos, mas os essênios tiveram tempo de pegar suas cópias das escrituras, colocá-las em jarros e escondê-las nas cavernas. Foi só em 1947 que a primeira caverna foi encontrada, por acidente, por pastores beduínos.
Na mesma região, chamada de Qumran, uma nova escavação agora revelou mais uma caverna, descoberta exatamente 70 anos depois da primeira. O diretor da escavação, Oren Gutfeld, da Universidade Hebraica, tem certeza de que esta caverna faz parte do mesmo grupo das 11 do Mar Morto e que ela também foi utilizada pelos selênios.
A gruta estava cheia de jarros e tampas feitos especialmente para guardar escritos. O problema é que os jarros estavam todos quebrados e seu conteúdo, removido. Por enquanto, os pesquisadores só encontraram um único pedaço de pergaminho que, à primeira vista, parece estar em branco.
Os pesquisadores encontraram também cabeças de machado bem mais modernas, de 1950, bem na época que as primeiras cavernas estavam sendo escavadas. Essa descoberta seria a comprovação de um teoria antiga: de que nômades beduínos saquearam o sítio arqueológico na época das primeiras escavações e levaram os textos.
Foi mais ou menos assim, inclusive, que os primeiros manuscritos chegaram ao conhecimento da ciência: os beduínos que encontraram a primeira caverna venderam os textos sem saber de seu valor. Os papéis não receberam atenção da comunidade religiosa até pararem nas mãos de um bispo cristão.
A gruta recém-descoberta não é a única Caverna do Mar Morto a não conter pergaminhos. Foi o caso da chamada Caverna 8, que também foi encontrada com jarros quebrados e sem papéis. Foi nessa escavação que surgiram as primeiras hipóteses de que os textos teriam sido roubados.
Na candidata à Caverna 12, foram encontradas, além dos jarros e tampas, pedaços de tecido e couro usados para embalar e prender os rolos de pergaminho. Mas não foi só material dos selênios que os arqueólogos encontraram: cerâmicas, lâminas de pedra e pontas de flecha indicam que a caverna começou a ser usada por humanos muito tempo antes, durante a Idade do Cobre e no Neolítico.
Texto originalmente publicado no portal Superinteressante.