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No Rio, 47 profissionais serão treinados no Mais Médicos

São 244 profissionais do programa que chegam do exterior ao Brasil até este sábado

Médica espanhola Sônia Gonzalez está entre os profissionais estrangeiros que irão trabalhar no Mais Médicos (Valter Campanato/ABr)

Médica espanhola Sônia Gonzalez está entre os profissionais estrangeiros que irão trabalhar no Mais Médicos (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 21h00.

Rio - Dos 244 profissionais do programa Mais Médicos que chegam do exterior ao Brasil até este sábado, 24, 47 (brasileiros radicados fora e estrangeiros vindo trabalhar aqui) serão treinados no Estado do Rio. Nesta sexta-feira, 23, 16 deles desembarcaram no aeroporto do Galeão à tarde, entre eles portugueses em busca de desafios na carreira e goianos com saudades de casa.

Aos 70 anos, o clínico geral Miguel Alpuim já estava aposentado em Portugal havia seis anos. Quando soube da oportunidade, inscreveu-se logo, e escolheu Santa Catarina por não gostar de calor. "Em Portugal não se pode trabalhar com a minha idade. Mas não me sinto com 70 anos. Acho R$ 10 mil (valor da bolsa do governo federal) justo." Também português, João Pinto, de 28 anos, que será mandado para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, garantiu que não terá dificuldade de entender o sotaque brasileiro, pois cumpriu parte da graduação na Unifesp. "Será uma experiência profissional muito boa."

A conterrânea Maria Teresa Aguiar, de 59 anos,que ficará em Almirante Tamandaré (SC), não teme hostilidade dos colegas brasileiros."Eu tenho acompanhado a reação dos médicos brasileiros e eles têm as razões deles, mas sei que vão mudar de opinião", disse a portuguesa. Ela tampouco acha que enfrentará dificuldades de infraestrutura. "Acho que será como em Portugal."

Brasileiros formados e radicados na Argentina, em Portugal e na Espanha vêm animados com a perspectiva de ficar perto da família e de, enfim, praticar medicina em seu país. "Vou ganhar metade do que ganhava na Portugal, mas dinheiro não é tudo. Vim com a intenção de ficar", afirmou o goiano Geslei Teodoro, que estará lotado em seu Estado natal, mas na cidade de Bela Vista, a 420 quilômetros de sua cidade, Mineiros.

"Estou fora do Brasil há 20 anos. Os médicos brasileiros não têm por que ter medo, pois fiz cinco anos de pediatria. Quando os brasileiros chegam a Portugal, nós somos preceptores deles, então não tem que ter problema aqui", ressaltou o também goiano Marcio Moura, de 37 anos, que vai morar em Pirenópolis (GO).

Eles chegaram com bastante bagagem; um trouxe até o gato de estimação. Começam o treinamento e a avaliação na próxima segunda-feira, 26. Ficarão num alojamento militar, onde assistirão a 120 horas-aula. "Não são pessoas que estavam numa situação-limite, são bons médicos", endossou o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.

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