"O estudo é importante porque tripulantes, rovers, instrumentos científicos e equipamentos de mineração precisarão de links de comunicação confiáveis para um acampamento ou base lunar", disse pesquisador que conduziu o projeto (Caspar Benson/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 18 de outubro de 2021 às 10h15.
Um novo estudo divulgado pela agência espacial Nasa busca entender a viabilidade de construir uma rede Wi-Fi na Lua.
Os objetivos seriam resolver a desigualdade no acesso à Internet nos Estados Unidos e desenvolver a tecnologia para o programa Artemis, missão que quer enviar a primeira mulher e o primeiro homem negro à Lua até 2024 (apesar de que brigas judiciais com Jeff Bezos e sua empresa espacial Blue Origin talvez atrasem o lançamento).
"O estudo é importante porque tripulantes, rovers, instrumentos científicos e equipamentos de mineração precisarão de links de comunicação confiáveis para um acampamento ou base lunar", disse Steve Oleson, líder do laboratório Compass da Nasa, que conduziu a pesquisa.
Em parceria com a organização de desenvolvimento econômico Greater Cleveland Partnership, eles analisaram a desigualdade digital no país e se a rede Wi-Fi na Lua poderia solucionar o desafio. Um bairro de Cleveland, cidade estadunidense com 31% dos domicílios sem acesso à banda larga, foi usado como exemplo para o estudo.
Os engenheiros descobriram que o acesso à Internet poderia chegar em todas as residências da cidade caso roteadores fossem deixados em 20.000 postes de luz, por exemplo.
Caso o roteador fosse colocado a no máximo 100 metros de distância, seria possível dar cerca de 7,5 megabits por segundo de velocidade de download em uma casa de quatro pessoas.
O serviço seria útil, portanto, para aqueles que precisam da conexão à Internet para o básico, como trabalhos escolares, pagamento de contas ou pesquisar informações. “Não seria suficiente para o streaming 4K de vídeo ou jogos ", acrescentou Oleson.
Os resultados do estudo serão fornecidos aos planejadores da Nasa para futuras missões.