2012TC4: asteroide tem tamanho entre 10 e 30 metros (Nasa/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 2 de agosto de 2017 às 12h42.
São Paulo – Após diversos testes, a Nasa (agência espacial americana) usará seu sistema de proteção planetária contra asteroides pela primeira vez com um corpo celeste real neste ano. Em 12 de outubro, o 2102-TC4 passará a uma distância estimada de 6.800 km de distância da Terra, ou seja, perto o suficiente para os astrônomos avaliarem o sistema de proteção, mas longe demais para causar algum dano.
O corpo celeste é pequeno, tem largura entre 10 e 30 metros. Como esteve fora do alcance dos telescópios desde 2012, quando passou por nós a uma distância menor do que a que se encontra a lua, não se sabe muito sobre ele.
Feriado no Brasil, a data marcará o primeiro uso em uma situação real do sistema de detecção e rastreamento de asteroides. Para isso, astrônomos de todo o mundo devem colaborar entre si para reunir dados sobre o astro e sobre o sistema de proteção do planeta. Mais de uma dúzia de laboratórios, observatórios e universidades devem participar do projeto.
A Divisão de Coordenação de Defesa Planetária (Planetary Defence Coordination Office) foi criada em 2014 na Nasa, justamente com o objetivo de avaliar potenciais riscos de colisão de asteroides com a Terra.
Apesar do TC4 não representar um risco para nós, há quem diga que não estamos preparados para uma aparição surpresa de asteroide em rota de colisão com o nosso planeta.
Joseph Nuth, do Centro Espacial Goddard, da Nasa, disse, em uma conferência nos Estados Unidos no final do ano passado, que um asteroide não detectado poderia ser um problema porque, basicamente, não há muito que possamos fazer com ele no momento.
A Nasa encontra, em média, cinco novos corpos celestes perto do nosso mundo. Porém, segundo a Planetary Society, a humanidade detectou cerca de 60% dos asteroides e cometas que estão próximos da Terra e tem 1,5 km de diâmetro ou mais.