Ciência

Nasa faz planos para aposentar a Estação Espacial Internacional

A ideia é que exista pelo menos uma estação de investigação espacial privada ativa e operando até que a EEI seja totalmente desativada

Nasa: a EEI é habitada continuamente por astronautas desde 2000 (NASA/Getty Images)

Nasa: a EEI é habitada continuamente por astronautas desde 2000 (NASA/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 13h38.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2022 às 10h26.

A Nasa, agência espacial americana, anunciou o plano de desativar a Estação Espacial Internacional (EEI) ao final de 2030. Lançada em 1998, a estação deve entrar em combustão quando atingir a atmosfera da Terra e seus restos serão direcionados ao Point Nemo, um ponto afastado de civilizações no Oceano Pacífico. Até lá, entretanto, a Nasa pretende fortalecer parcerias com o setor privado para investimentos na investigação espacial.

Segundo um relatório divulgado pela Nasa na segunda-feira, dia 31, os principais objetivos da EEI pelos próximos nove anos serão: "permitir a exploração do espaço profundo, conduzir pesquisas para beneficiar a humanidade, inspirar a nossa espécie a liderar e incentivar a cooperação internacional e ajudar a indústria de voos espaciais privados dos EUA a ganhar mais impulso".

Com o tamanho aproximado de um campo de futebol americano (109,7 metros de comprimento por 48,9 metros de largura), a EEI é habitada continuamente por astronautas desde 2000. Quando lançada, esperava-se que ela tivesse apenas 15 anos de vida útil mas esse prazo foi continuamente renovado por meio de reparos e investimentos.

Agora, a Nasa afirma que "há grande confiança de que a vida útil" possa ser estendida até 2030, mas isso ainda depende de novas análises. A agência segue investigando problemas técnicos na porção russa do laboratório espacial, reportados inicialmente em setembro do ano passado.

"Estamos ansiosos para aumentar os retornos da estação espacial a partir de 2030, enquanto planejamos a transição para as destinações espaciais comerciais que seguirão", afirmou Robyn Gatens, diretor da EEI na sede da Nasa.

A ideia é que exista pelo menos uma estação de investigação espacial privada ativa e operando até que a EEI seja totalmente desativada. Assim, a transição não causaria nenhum prejuízo às pesquisas já em curso. Um dos planos mais ambiciosos da Nasa inclui, por exemplo, o envio da primeira missão humana a Marte, prevista inicialmente para a década de 2030.

Cemitério espacial

O que restar da EEI quando ela for desativada e entrar na atmosfera da Terra será destinado ao Point Nemo, a 2,7 mil quilômetros de qualquer território humano, no meio do Oceano Pacífico. O espaço é conhecido como um "cemitério espacial" e já abriga pelo menos outros cinco equipamentos desativados desde 1971.

A Nasa descreve o Point Nemo como um "Polo Oceânico de Inacessibilidade" ou "Área Desabitada do Oceano Pacífico Sul", conhecida por sua total falta de atividade humana e ser praticamente o lugar mais distante de qualquer civilização humana que se possa encontrar.

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