Marte: material encontrado pode ser uma prova de vida no planeta ou pertencer a um meteorito ou outras fontes, segundo cientistas (Nasa/Divulgação)
EFE
Publicado em 7 de junho de 2018 às 17h40.
Washington - A Nasa anunciou nesta quinta-feira que o robô de exploração Curiosity, uma missão que pousou em Marte em 2012, encontrou moléculas orgânicas formadas há mais de 3 bilhões de anos em rochas do planeta vermelho, uma descoberta que pode indicar que a existência de vida fora da Terra.
"Essa é uma descoberta muito emocionante, mas não podemos ainda confirmar a origem destas moléculas. Pode ser uma prova de vida, mas também pode pertencer a um meteorito ou outras fontes", disse o diretor da divisão de Exploração do Sistema Solar da Nasa, Paul Mahaffy, no site oficial da agência especial dos Estados Unidos.
Apesar de a origem das moléculas ainda não estar claro, a Nasa destacou que esse tipo de partícula pode ter sido a fonte de alimento de uma hipotética vida microbiana em Marte.
"Sabemos que na Terra os micro-organismos comem todo tipo de produtos orgânicos. É uma fonte de alimento valioso para eles", afirmou Jennifer Eigenbrode, do Centro Espacial Goddard da Nasa.
Dessa forma, a descoberta não confirma a existência de vida no planeta, explicou a especialista, mas mostra que os organismos podem ter sobrevivido em Marte graças à presença dessas moléculas.
Eigenbrode explicou que apesar de a superfície de Marte ser inóspita atualmente, os indícios apontam que, no passado remoto, o clima marciano dava as condições propícias para a existência de água líquida, um fator essencial para a vida como conhecemos.
Dados recolhidos pelo Curiosity revelam que há bilhões de anos um lago dentro da cratera Gale continua todos os ingredientes necessários para a vida - componentes químicos e energia.
"Encontrar moléculas orgânicas antigas nos primeiros cinco centímetros de rocha que se depositaram na superfície quando Marte pode ter sido habitável é um bom presságio para que aprendamos a história das moléculas orgânicas no planeta vermelho com futuras missões que aprofundarão mais nosso conhecimento", afirmou.
A missão do robô Curiosity, que em 2013 descobriu os primeiros indícios da existência de água em Marte, também determinou que a concentração de metano na atmosfera do planeta muda de acordo com as estações. Ela é mais alta perto dos equinócios (primavera e outono) e mais baixa nos solstícios (verão e inverno).
A origem do gás continua sendo desconhecida. Uma das principais teorias sustenta que ele estava armazenado em reservatórios subterrâneos, batizados como "clatratos".