Ciência

Não é só a Terra. O universo também está ficando mais quente, diz estudo

Estudo revela que o universo está sofrendo um fenômeno de aquecimento por conta da criação de novas galáxias

Universo: temperatura dos gases aumentou para 2 milhões graus Kelvin nos últimos 10 bilhões de anos (Stock.Xchange/iStockphoto)

Universo: temperatura dos gases aumentou para 2 milhões graus Kelvin nos últimos 10 bilhões de anos (Stock.Xchange/iStockphoto)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 11 de novembro de 2020 às 11h00.

O universo está mais quente. Isso é o que dizem cientistas das Universidades de Tóquio, no Japão, e de Ohio State, nos Estados Unidos. De acordo com um novo estudo científico, a temperatura média do universo só aumentou nos últimos 10 bilhões de anos. E isso se deve ao processo contínuo de criação de novas galáxias.

Publicado durante o último mês na revista científica The Astrophysical Journal, o estudo explora o aumento da temperatura dos gases responsáveis que circulam no universo. A temperatura média desses gases aumentou dez vezes na última década de bilhões de anos.

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A pesquisa explica que o processo de extensão do universo (que continua se expandindo infinitamente) gera uma queimadura das partículas ao seu redor. Isso faz com que a temperatura aumente. Ou seja, o universo está realmente mais quente (e muito maior) do que era há 10 bilhões de anos.

“À medida que o universo evolui, a gravidade puxa a matéria escura e o gás no espaço em galáxias individuais e em aglomerados de galáxias”, disse Yi-Kuan Chiang, autor do estudo e astrofísico da Ohio State. “Este arrasto é tão violento que cada vez que ocorre o choque de gases, há o aquecimento.”

Para que a pesquisa fosse realizada, os cientistas mediram a quantidade de calor emitida pelos gases com base na distância que estes estavam da Terra. Neste caso, é preciso lembrar que observar estrelas e galáxias distantes é um processo físico complicado, já que a luz leva tempo para chegar até a Terra. Logo, é como olhar para trás no tempo.

Os cientistas consideraram este aspecto para analisar que as temperaturas pareciam cair quanto mais distante estavam as estrelas e galáxias observadas. Ou seja, a temperatura estava aumentando ao longo do tempo.

É um pouco complexo de colocar estes resultados em números, mas os pesquisadores afirmam que a temperatura dos gases aumentou para 2 milhões de graus Kelvin, o que equivale a que equivale a quase 2 milhões de graus Celsius. Isso não significa que o universo é quente, apenas que os gases que formam novas galáxias são. A temperatura no vácuo e longe de qualquer astro é de cerca de -270 graus na escala Celsius.

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