Ciência

Mutação em novo coronavírus aumenta risco de infecção, diz estudo

Pesquisa pode explicar por que surtos em alguns lugares não sobrecarregaram os sistemas de saúde tanto quanto outros surtos em Nova York e na Itália

Covid-19: pesquisadores não sabem se esta mutação afeta a gravidade dos sintomas ou se aumenta a mortalidade (Getty Images/Getty Images)

Covid-19: pesquisadores não sabem se esta mutação afeta a gravidade dos sintomas ou se aumenta a mortalidade (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 15 de junho de 2020 às 10h37.

Última atualização em 15 de junho de 2020 às 13h46.

Uma mutação específica do novo coronavírus pode aumentar consideravelmente sua capacidade de infectar células, de acordo com um estudo de pesquisadores dos Estados Unidos.

A pesquisa pode explicar por que surtos iniciais em algumas partes do mundo não sobrecarregaram os sistemas de saúde tanto quanto outros surtos em Nova York e na Itália, de acordo com especialistas da Scripps Research.

A mutação, batizada de D614G, aumentou o número de "espigões" no coronavírus, parte do que lhe dá sua forma única. Estes espigões são o que permite ao vírus se ligar às células e infectá-las.

"O número – ou densidade – de espigões funcionais no vírus é 4 ou 5 vezes maior devido a esta mutação", explicou Hyeryun Choe, um dos autores mais graduados do estudo.

Os pesquisadores dizem que ainda não se sabe se esta mutação pequena afeta a gravidade dos sintomas das pessoas infectadas ou se aumenta a mortalidade.

Os pesquisadores que realizam experimentos laboratoriais dizem que mais pesquisas, incluindo estudos controlados – amplamente considerados como um padrão-ouro dos testes clínicos –, precisam ser feitas para confirmar suas conclusões de experimentos em tubos de ensaio.

Pesquisas anteriores mostraram que o novo coronavírus SARS-CoV-2 está mudando e evoluindo à medida que se adapta aos hospedeiros humanos. A mutação D614G, em particular, foi assinalada como uma preocupação urgente porque parece estar emergindo como a mutação predominante.

Atualmente, o estudo da Scripps Research está sob análise da comunidade científica, e foi divulgado na sexta-feira em meio a relatos sobre suas conclusões.

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