Ciência

Mortes por melanoma aumentaram entre os homens e caíram entre mulheres

Pesquisadores britânicos analisaram as taxas de mortalidade da doença nos últimos 30 anos em 33 países

 (AlexRaths/Thinkstock)

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LN

Letícia Naísa

Publicado em 12 de novembro de 2018 às 18h58.

São Paulo — A taxa de mortalidade por melanoma aumentou no mundo inteiro entre os homens. Em alguns países, caiu entre as mulheres. Os dados sobre o tema foram apresentados na Conferência do Câncer, do Instituto Nacional do Câncer do Reino Unido, de 2018.

Pesquisadores britânicos reuniram dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a doença de 33 países e descobriram que a mortalidade do melanoma está crescendo em todos, exceto na República Tcheca.

Para entender a tendência, os cientistas afirmam que é preciso mais tempo de pesquisa, mas que os órgãos de saúde devem aumentar esforços para conscientizar os homens sobre a doença.

O melanoma maligno é o tipo de câncer de pele mais letal, apesar de representar apenas 3% dos casos de câncer de pele, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A estimativa é que haja no Brasil 6.260 novos casos de melanoma este ano.

“O maior fator de risco para melanoma é a exposição à radiação ultravioleta, tanto do sol quanto de bronzeamento artificial”, afirma Dorothy Yang, médica do sistema público de saúde britânico que apresentou o estudo.

O objetivo da pesquisa foi tentar encontrar um padrão para as taxas de mortalidade no mundo para avaliar a efetividade de novos diagnósticos, tratamentos e estratégias de prevenção.

Os pesquisadores se debruçaram sobre as taxas de mortalidade da doença entre 1985 e 2015. As taxas levam em consideração que alguns dos 33 países estudados têm populações mais velhas e outros, mais jovens. O estudo comparou as taxas entre homens e mulheres e analisou as mudanças ao longo do tempo.

Em todos os países, as taxas eram maiores entre os homens do que entre as mulheres. As três maiores entre 2013 e 2015 foram na Austrália (5,72 casos por 100 mil entre os homens e 2,53 por 100 mil entre as mulheres), na Eslovênia (3,86 entre os homens e 2,58 entre as mulheres) e no Japão (0,24 entre os homens e 0,18 entre as mulheres).

“Há evidências que sugerem que os homens se protegem menos do sol e se envolvem menos em campanhas de prevenção”, afirma Dorothy. “Também há trabalhos buscando fatores biológicos que possam explicar a diferença das taxas de mortalidade entre homens e mulheres.”

A República Tcheca foi o único país com decréscimo da taxa de mortalidade entre os homens. A redução foi de 0,7% entre 1985 e 2015. Israel e a República Tcheca foram os países que apresentaram maior redução na taxa de mortalidade por melanoma entre as mulheres, 23,4% e 15,5%, respectivamente.

“Os resultados deste estudo sugerem que o melanoma continuará sendo um problema nos próximos anos e precisaremos de estratégias eficazes para diagnosticar e tratar os pacientes”, afirmou Poulam Patel, professor de oncologia na Universidade de Nottingham.

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