Ciência

Megalodon: cientistas revelam que tubarão gigante era mais rápido e longo do que o imaginado

Novo estudo revela que o megalodon podia atingir até 24 metros e nadar com uma eficiência surpreendente, desafiando tudo o que sabíamos sobre o maior tubarão da história

Megalodon: tubarão gigante desafiou ideias sobre predadores marinhos  (Baris-Ozer/Getty Images)

Megalodon: tubarão gigante desafiou ideias sobre predadores marinhos (Baris-Ozer/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 12 de março de 2025 às 08h10.

Última atualização em 12 de março de 2025 às 08h11.

Quando se fala do megalodon, é comum pensar em um tubarão-branco em proporções monstruosas. Essa imagem tem sido amplamente difundida por muito tempo, tanto na pesquisa científica quanto na cultura popular. Mas uma nova análise feita por uma equipe internacional de cientistas propõe uma visão diferente, baseada na análise de vértebras fossilizadas incompletas.

O estudo sugere que, na verdade, o megalodon pode ter sido mais esguio e possivelmente mais longo do que se pensava, apresentando semelhanças com tubarões mako, e não com tubarões-brancos.

Essa nova teoria gerou um intenso debate na paleobiologia, com muitos especialistas afirmando que as evidências para sustentar um megalodon mais semelhante aos tubarões mako ainda são escassas. Porém, um estudo subsequente, publicado em 9 de março de 2025 na revista Palaeontologia Electronica, vai ainda mais longe, sugerindo que os megalodons poderiam ter sido ainda mais longos e esguios do que o que havia sido sugerido anteriormente.

O novo estudo estima que o megalodon poderia ter atingido até 24 metros de comprimento, o equivalente a cerca de dois ônibus escolares, e pesava cerca de 94 toneladas, o que o tornaria tão massivo quanto uma baleia-azul. Isso representa uma grande diferença em relação às estimativas anteriores, que situavam seu comprimento entre 15 e 20 metros e seu peso entre 24 e 52 toneladas.

Além de sugerir um aumento no tamanho, a pesquisa também levanta uma nova hipótese sobre o comportamento dos filhotes de megalodon. De acordo com os cientistas, os filhotes de megalodon já poderiam ser grandes o suficiente para caçar mamíferos marinhos logo após o nascimento, uma ideia que antes parecia improvável. “É possível que os filhotes de megalodon já fossem capazes de caçar mamíferos marinhos imediatamente após nascerem,” afirmou  Phillip Sternes, coautor do estudo, ao site Popsci.

A teoria é reforçada pela proposta de que o megalodon possuía um corpo mais alongado e eficiente para a natação do que o de um tubarão-branco. Em vez de ter a estrutura robusta e arredondada de um tubarão-branco, o megalodon seria mais parecido com um tubarão-limão gigante, conhecido por seu corpo esguio e alongado, que permite maior eficiência em longos percursos no oceano.

A ideia de eficiência evolutiva está no centro dessa nova teoria. Tim Higham, coautor do estudo, faz uma comparação com os nadadores olímpicos, que preferem nadar com a cabeça à frente para otimizar seu desempenho.

“A evolução busca a eficiência, muitas vezes,” explicou Higham. A forma do megalodon, mais aerodinâmica, teria sido vantajosa para nadar a uma velocidade constante, com a capacidade de acelerar rapidamente para atacar suas presas.

Embora existam opiniões divergentes sobre a aparência do megalodon, um ponto de consenso parece ser sua capacidade de velocidade. Em vez de ser um tubarão extremamente rápido ou um caçador lento, os pesquisadores sugerem que o megalodon tinha uma velocidade moderada, mas com a capacidade de realizar ataques rápidos e precisos.

“O gigantismo não é apenas sobre ser maior, é sobre desenvolver o corpo adequado para sobreviver em uma escala tão grande,” concluiu Sternes. O megalodon pode ter sido um dos exemplos mais extremos de adaptação evolutiva nos animais da pré-história, com um corpo projetado para maximizar sua eficiência como predador marinho.

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