Ciência

Intervenção precoce melhora prognóstico de autismo, diz estudo

O estudo também revelou uma melhora na comunicação entre as crianças e seus pais

Criança: o estudo analisa 152 crianças divididas em dois grupos (Thinkstock/Thinkstock)

Criança: o estudo analisa 152 crianças divididas em dois grupos (Thinkstock/Thinkstock)

A

AFP

Publicado em 26 de outubro de 2016 às 09h13.

Uma intervenção precoce, aos 2 anos de idade, pode melhorar o prognóstico dos casos de autismo com a ajuda aos pais na comunicação com o filho, reduzindo os sintomas da enfermidade, revela um estudo publicado nesta quarta-feira na revista médica The Lancet.

O estudo, que analisa 152 crianças divididas em dois grupos, concluiu que o primeiro se beneficiou de uma intervenção precoce em relação ao segundo, limitado à assistência habitual dos centros especializados em autismo.

Todos os menores foram acompanhados durante seis anos.

Segundo a revista, este é o primeiro estudo a identificar o efeito a longo prazo de uma intervenção precoce em casos de autismo.

Os resultados são "alentadores", declarou o diretor do estudo, o acadêmico Jonathan Green, da Universidade de Manchester, destacando que foram atenuados muitos sintomas.

O especialista acrescentou que a terapia não é uma solução, já que as crianças melhoraram mas seguiram apresentando sintomas do autismo.

O método se baseia em gravar os pais interagindo com seus filhos para que os terapeutas possam ajudá-los a entender e a ter uma comunicação melhor.

Os pais fazem 12 sessões de terapia, durante seis meses, seguidas de sessões mensais durante o semestre seguinte.

Também devem se comprometer a dedicar entre 20 e 30 minutos diários às atividades de comunicação e a brincadeiras planejadas com os filhos.

Em termos gerais, o estudo concluiu que o grupo submetido ao tratamento apresentou uma redução de 17% no percentual de crianças com sintomas graves.

O estudo também revelou uma melhora na comunicação entre as crianças e seus pais, que relataram um progresso dos filhos no relacionamento com os colegas e na comunicação social, além de uma redução nos comportamentos repetitivos.

Mas nenhum dos dois grupos apresentou melhora em indicadores de saúde mental como ansiedade, depressão e atitudes desafiadoras.

Em seu crescimento, as crianças com autismo vão seguir necessitando ajuda em muitos aspectos de sua vida, destacaram os autores, que seguem trabalhando para melhorar seu método.

Acompanhe tudo sobre:CriançasDoençasFamíliaSaúde

Mais de Ciência

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo

Plano espacial da China pretende trazer para a Terra uma amostra da atmosfera de Vênus