Ciência

Insulina inteligente avança em novas pesquisas globais

Projetos recebem £3 milhões (R$ 21 milhões) para desenvolver insulinas que ajustam sua ação conforme os níveis de glicose, prometendo melhorar o tratamento do diabetes tipo 1

Ideia do projeto é diminuir a alta carga de insulina diária e descobrir novos remédios. (Divulgação/Divulgação)

Ideia do projeto é diminuir a alta carga de insulina diária e descobrir novos remédios. (Divulgação/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 09h25.

Última atualização em 19 de agosto de 2024 às 11h26.

A busca por uma solução inovadora no tratamento do diabetes tipo 1 está ganhando novo impulso com o financiamento de quase £3 milhões (R$ 21 milhões) destinados a seis projetos de pesquisa internacionais. As equipes de pesquisa envolvidas, que incluem instituições renomadas como a Universidade de Stanford nos Estados Unidos, a Universidade Monash na Austrália e a Universidade de Zhejiang na China, estão focadas em desenvolver insulinas inteligentes, capazes de responder de forma precisa e em tempo real aos níveis de glicose no sangue.

De acordo com a reportagem do The Guardian, essas insulinas, conhecidas por serem responsivas à glicose, representam um avanço promissor na tentativa de aliviar a carga diária do manejo do diabetes tipo 1. A meta é desenvolver uma insulina que atue de forma mais rápida e precisa, reduzindo significativamente o risco de complicações de longo prazo associadas à doença.

Insulinas responsivas à glicose

Quatro dos seis projetos financiados estão totalmente dedicados ao desenvolvimento e teste de insulinas responsivas à glicose. Esse tipo de insulina seria capaz de ajustar sua atividade em resposta às variações dos níveis de glicose no sangue, oferecendo uma gestão mais eficiente da condição. Atualmente, mesmo com as insulinas mais rápidas disponíveis no mercado, há um atraso entre a administração do medicamento e o início de sua ação, o que pode resultar em picos de glicose no sangue antes que a insulina comece a atuar.

Além disso, um dos projetos visa a criação de uma nova insulina ultrarrápida e de ação curta. Essa insulina promete melhorar a funcionalidade de bombas de insulina e de tecnologias de loop fechado híbrido, sistemas que dependem de uma resposta em tempo real às mudanças nos níveis de glicose armazenada no corpo.

Combinação de insulina e glucagon

O sexto projeto, diferentemente dos demais, está explorando a combinação de insulina com outro hormônio, o glucagon. Enquanto a insulina remove a glicose do sangue, o glucagon estimula o fígado a liberar mais glicose quando os níveis estão baixos. A integração desses dois hormônios em uma única formulação pode proporcionar uma estabilidade maior nos níveis de glicose, prevenindo tanto os picos quanto as quedas perigosas.

Os especialistas envolvidos acreditam que esses projetos têm o potencial de inaugurar uma nova era no tratamento do diabetes tipo 1, revolucionando a forma como a doença é gerida e aliviando o peso diário que recai sobre as pessoas que convivem com a condição.

A pesquisa em andamento é vista como um marco importante para o futuro do tratamento do diabetes tipo 1. A expectativa é que essas novas abordagens possam não apenas melhorar o controle glicêmico dos pacientes, mas também trazer benefícios significativos para a saúde física e mental daqueles que vivem com a doença.

Esses avanços, se bem-sucedidos, poderão transformar o cuidado do diabetes tipo 1, permitindo que as insulinas inteligentes mimetizem as respostas naturais do corpo aos níveis de glicose, facilitando o controle da condição e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

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