Repórter
Publicado em 24 de maio de 2023 às 11h05.
Última atualização em 24 de maio de 2023 às 11h06.
O vínculo entre a infecção por papilomavírus humano (HPV) e determinados cânceres cervicais é um conhecido campo de pesquisa na área médica.
Entretanto, um aspecto ainda pouco divulgado refere-se à conexão desta infecção com o aumento do risco para o desenvolvimento de cânceres orofaríngeos.
De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a vacinação contra HPV é recomendada a todos os indivíduos, antes da exposição ao vírus, na faixa etária de 11 a 12 anos.
No Brasil, o Ministério da Saúde indica a vacinação para meninas e mulheres entre 9 e 26 anos, e para meninos de 9 a 14 anos, sendo que a eficácia é mais expressiva se a imunização ocorrer entre os 9 e 14 anos.
Em termos gerais, o HPV é uma infecção viral que provoca o aparecimento de excrescências ou verrugas na pele. É considerada a infecção sexualmente transmissível mais prevalente nos EUA, contabilizando mais de 42 milhões de pessoas infectadas. A entrada do vírus no organismo ocorre geralmente por meio de um corte, lesão ou pequeno ferimento na pele e pode ser transmitido por contato sexual ou contato com a pele.
Quando a infecção por HPV ocorre, em muitos casos o sistema imunológico combate o vírus antes do surgimento de verrugas, tornando a infecção assintomática e muitas vezes desconhecida pelo indivíduo.
As variantes de HPV têm a capacidade de levar ao desenvolvimento de câncer. Quase todos os cânceres cervicais são atribuídos à infecção por HPV.
Outros cânceres, como os da boca e garganta, também podem estar associados ao HPV, mas costumam apresentar uma natureza menos agressiva quando comparados a cânceres não vinculados ao vírus.
A infecção por HPV pode comprometer a boca e a garganta, gerando câncer de orofaringe, que abrange a parte posterior da garganta, a base da língua e as amígdalas. Há um risco maior para homens serem diagnosticados com este tipo de câncer, em virtude de comportamentos que aumentam os riscos, como o uso de tabaco, o consumo exagerado de álcool e a má alimentação.
Um desafio para o diagnóstico de câncer orofaríngeo reside no fato de muitos sintomas se confundirem com outras doenças ou condições e não serem específicos para o câncer.
Existem várias opções de tratamento para câncer orofaríngeo, dependendo de fatores como a localização e o estágio do câncer, os tipos de células envolvidas, se as células apresentam sinais de infecção por HPV, a saúde em geral, e as preferências pessoais.
Ainda que não haja uma maneira comprovada de evitar os cânceres bucal e de garganta, é possível colocar em prática estas etapas para reduzir os riscos: