homem-com-gripe-espirrando (Thinkstock/tetmc/Thinkstock)
Maurício Grego
Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 09h40.
Última atualização em 17 de janeiro de 2018 às 09h48.
Até Dr. House ficaria intrigado: um homem saudável de 34 anos chega ao hospital com o pescoço inchado. Sente dor durante as refeições, e não reconhece mais a própria voz. Diagnóstico? Ele rasgou a faringe ao tentar segurar um espirro. Parece piada, mas o caso foi relatado anteontem no periódico científico BMJ Case Reports.
Espirros não são brincadeira: quando não tentamos segurá-los, são expelidos a 160 quilômetros por hora. Se um alérgico ou resfriado impedir o dito cujo de sair, a pressão será transferida para as paredes da garganta ou para os tímpanos, que são relativamente frágeis.
Segundo os médicos que atenderam o paciente, poucas pessoas têm consciência desse perigo. Muitas vítimas de espirros contidos acabam não indo ao hospital por achar que a dor é passageira e não há nada de errado.
O britânico passou uma semana internado, tomando antibiótico na veia e sendo alimentado por um tubo enquanto o ferimento cicatrizava. Exames mostraram que, conforme ele respirava, uma quantidade razoável de ar escapava do “duto” principal e formava bolhas nos músculos da parte de trás do pescoço.
O paciente recebeu alta assim que parou de vazar, e foi para casa com a condição de que nunca mais obstruiria as duas narinas simultaneamente ao espirrar. “Perfuração espontânea da garganta com vazamento de ar sob a pele é muito raro”, afirmou ao The Guardian Sudip Das, da Universidade de Leicester, que trabalhou no caso.
Outras complicações pós-espirro incomuns, mas já registradas, envolvem tímpanos rompidos e até aneurismas (dilatação anormal das artérias que abastecem o cérebro). Ou seja: na dúvida, deixe o menino sair. E use um lenço, por favor.
Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Superinteressante.