Latas: o homem, que trabalhava na construção civil, passou a tomar energéticos para dar conta do serviço puxado (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2016 às 15h46.
Última atualização em 30 de novembro de 2016 às 15h59.
Um caso bizarro recém-publicado no British Medical Journal mostra que bebidas energéticas podem causar hepatite. O artigo foi escrito por médicos britânicos que diagnosticaram um homem de 50 anos, sem histórico de problemas no fígado, com hepatite severa após tomar uma quantidade absurda de energéticos.
O homem, que trabalhava na construção civil, passou a tomar energéticos para dar conta do serviço puxado. Por três semanas, bebeu de 4 a 5 latas por dia. Foi aí que começou a perceber um cansaço esquisito.
A pele começou a ficar amarela e a urina, escura. A situação só piorou: náusea, dor abdominal, até a perda completa de apetite.
No hospital, exames revelaram danos gravíssimos ao fígado e uma alta concentração de transaminases, enzimas que aparecem nos casos de hepatite crônica. O paciente não tomava remédios regularmente e tinha uma dieta comum, com exceção das doses cavalares de energético.
Os médicos atribuem essa caso de hepatite quase instantânea ao acúmulo de um dos componentes da bebida: a niacina. Mas, se você lesse essa substância no rótulo, provavelmente acharia que era uma coisa boa – a niacina também é conhecida como vitamina B3.
E como toda a vitamina, em doses adequadas a B3 traz benefícios: melhora os níveis de colesterol, a circulação sanguínea, a aparência da pele e, ironicamente, a saúde do fígado.
O problema está na dosagem: uma lata de energético pode conter até 40 mg de vitamina B3, o triplo da dose diária recomendada.
O estudo não menciona o nome do paciente nem a marca do energético mas, de acordo com o site Gizmodo, o ingrediente está presente nos energéticos mais populares, como Monster e Red Bull.
A intenção dos médicos é chamar a atenção para ingredientes que, a princípio, pareçam inofensivos em produtos do nosso dia a dia – e também uma recomendação para que a gente se abasteça de vitamina B3 na alimentação (ovos, carne, leite e feijão) em vez de apelar para os energéticos.
Este conteúdo foi publicado originalmente na revista Superinteressante.