Nesta foto da Marinha dos EUA, o sargento Andrew Garrett observa o golfinho K-Dog saltar da água enquanto treinava perto do Golfo Pérsico em 2003 (U.S Navy/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 29 de abril de 2022 às 10h21.
Última atualização em 29 de abril de 2022 às 11h07.
Sim, eles existem. Imagens de satélite capturadas pela Maxar Technologies mostraram a presença de golfinhos militarizados no porto de Sebastopol, na Crimeia.
Os animais treinados pertencentes à Marinha Russa tem como objetivo proteger a base naval do país, localizada no Mar Negro, de possíveis operações submarinas da Ucrânia.
De acordo com o relatório do Instituto Naval dos EUA, os golfinhos foram transferidos para a base em fevereiro, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Não são só os golfinhos que participam do trabalho militar. Baleias beluga, leões marinhos e focas também são animais aptos para serem treinados. Eles podem vigiar a região em busca de minas ancoradas, mergulhadores e outras possíveis ameaças.
A agência de notícias russa RIA Novosti escreveu em 2014: "Os golfinhos são treinados para patrulhar águas abertas e atacar ou prender boias a itens de interesse militar, como minas no fundo do mar ou mergulhadores de combate treinados."
No caso dos mergulhadores inimigos, o golfinho é treinado para colocar um dispositivo nas costas da pessoa, arrastando ela para a superfície.
O primeiro projeto oficial de treinar golfinhos para missões de caça foi idealizado em 1967, pelo Programa de Mamíferos Marinhos da Marinha dos EUA.
Logo depois, países como Rússia, Israel e Coreia do Norte passaram a investir em programas voltados para preparar os mamíferos marinhos.
A divisão da Rússia, por exemplo, foi criada pela União Soviética durante a Guerra Fria. Com a queda da URSS, as unidades foram transferidas para as forças armadas ucranianas e tomadas novamente pela Rússia em 2014, após a anexação da Crimeia.
Durante a Guerra do Iraque em 2003, por exemplo, as operações lideradas por golfinhos levaram à remoção de mais de 100 minas no porto de Umm Qasr.
VEJA TAMBÉM
Como um ciclone bomba deve afetar o Brasil nos próximos dias
Estudo: mudanças climáticas devem aumentar a troca de vírus entre espécies