Ciência

Fusão de duas estrelas de nêutrons é descoberta científica do ano

Choque entre as duas estrelas ocorreu a 130 milhões de anos-luz da Terra e gerou minúsculas ondulações no tecido espaço/tempo

Imagem publicada pela National Science Foundation ilustrando a fusão de duas estrelas de neutrons (National Science Foundation/AFP)

Imagem publicada pela National Science Foundation ilustrando a fusão de duas estrelas de neutrons (National Science Foundation/AFP)

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AFP

Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 06h48.

Última atualização em 22 de dezembro de 2017 às 06h48.

A observação da colisão de duas estrelas de nêutrons, que permitiu uma inédita captação simultânea de ondas gravitacionais e eletromagnéticas, foi a principal descoberta científica de 2017, assinalou nesta quinta-feira a revista americana "Science".

Efetuada no dia 17 de agosto passado, esta observação "confirmou vários modelos-chave da astrofísica, revelou a origem de numerosos elementos pesados da matéria e confirmou a teoria geral da relatividade de Albert Einstein como nunca antes", assinalaram os editores da revista.

O choque entre as duas estrelas ocorreu a 130 milhões de anos-luz da Terra e gerou minúsculas ondulações no tecido espaço/tempo, chamadas de ondas gravitacionais e captadas por trêsinstrumentos gigantes na Terra, dois nos Estados Unidos e um na Europa.

Estas ondas, previstas por Albert Einstein, foram detectadas pela primeira vez em 2015, após a colisão de dois buracos negros, algo que valeu o prêmio Nobel de Física 2017 aos cientistas que as identificaram.

Estas ondas abrem uma nova e importante janela de observação do Universo, ao permitir observar corpos que não emitem luz.

"Poder compreender a totalidade dos acontecimentos cósmicos cataclísmicos promete revolucionar a astrofísica", destacou a Science.

Entre os outros dez avanços científicos-chave de 2017 a revista destaca a descoberta de uma nova espécie de orangotango (o Pongo tapanuliensis) em uma ilha isolada da Indonésia, assim como a nova datação de um crânio de 300 mil anos que permite concluir que os primeiros homo sapiens viveram 100 mil anos antes do que se previa.

Uma terapia genética para crianças afetadas por atrofia muscular espinhal, a causa genética mais frequente de mortalidade infantil, também integra a lista da "Science" de 2017, do mesmo modo que outro progresso que poderá eliminar mutações genéticas responsáveis por algumas doenças.

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