ITCA 650: o implante distribui uma dosagem contínua de medicamentos (Intarcia Therapeutics/Divulgação)
Marina Demartini
Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 12h03.
Última atualização em 2 de janeiro de 2017 às 12h03.
São Paulo – Um novo tratamento que promete acabar com a epidemia de HIV na África subsaariana ganhou um grande investidor. A Fundação Bill & Melinda Gates, criada pelo fundador da Microsoft e por sua esposa, investiu 140 milhões de dólares em um implante que pode reduzir as chances de uma pessoa ser infectada pelo vírus da imunodeficiência.
O tratamento foi desenvolvido pela Intarcia Therapeutics, uma companhia americana de farmacêuticos, e tem como base uma técnica conhecida como profilaxia pré-exposição. Geralmente, esse método requer que o paciente tome medicamentos diariamente. O novo tratamento, no entanto, não exige tanto comprometimento.
O objetivo da farmacêutica é implantar um pequeno objeto (veja na imagem acima) na região subcutânea da pele do paciente. O produto irá distribuir um fluxo constante de medicamentos anti-HIV no corpo da pessoa em períodos de seis ou 12 meses. Assim, em vez de tomar remédios todos os dias, o paciente receberia doses uma ou duas vezes ao ano.
"Há uma necessidade vital de uma intervenção contra o HIV/AIDS que permita que aqueles em risco incorporem a prevenção mais facilmente em suas vidas”, disse Sue Desmond-Hellmann, CEO da Fundação Bill & Melinda Gates, em um comunicado. “Estamos otimistas em relação à perspectiva de um dispositivo profilático implantável que pode fazer uma grande diferença para as pessoas mais necessitadas.”
Esse não é o primeiro implante criado pela companhia. Em novembro de 2016, a Intarcia iniciou o processo de aprovação do ITCA 650, um produto voltado para pacientes com diabetes tipo 2. A terapia tem como objetivo oferecer um controle glicêmico mais eficaz a partir da dosagem contínua.