Cigarro: os cientistas reuniram dados genéticos de mais de 140 mil pessoas (Daniel Barry/Getty Images)
AFP
Publicado em 2 de maio de 2017 às 10h52.
Fumantes correm mais riscos de sofrer obstrução arterial porque o tabagismo debilita um gene que protege estes importantes vasos sanguíneos, alertaram cientistas americanos nesta segunda-feira.
Suas descobertas apontam a uma explicação genética de como fumar pode levar ao acúmulo da placa que endurece as artérias e causa doenças cardíacas, segundo informe divulgado na revista Circulation.
"Este foi um dos primeiros grandes passos rumo à resolução do complexo quebra-cabeça das interações genético-ambientais que levam a doenças coronarianas", disse o coautor do estudo, Danish Saleheen, professor assistente de bioestatística e epidemiologia da Perelm School of Medicine, da Universidade da Pensilvânia.
Os cientistas reuniram dados genéticos de mais de 140 mil pessoas, administrados em mais de duas dezenas de estudos anteriores, com foco particular em regiões do genoma previamente associadas com alto risco de acúmulo de placa nas artérias cardíacas.
"Uma mudança em uma única 'letra' do DNA no cromossomo 15, perto do gene que expõe uma enzima (ADAMTS7) produzida nos vasos sanguíneos, foi associada com 12% de redução do risco em não fumantes", destacou o informe.
"No entanto, os fumantes com a mesma variação tiveram apenas 5% menos risco de doenças coronarianas, reduzindo em mais da metade o efeito protetor desta variação genética", indicou-se.
Estudos científicos de acompanhamento mostraram que nas células que recobrem as artérias do coração humano, a produção da enzima ADAMTS7 diminuiu significativamente quando as células continham esta variante do DNA de uma única letra.