Brasil

FHC admite ter firmado contrato com Brasif

Mirian afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que um contrato fictício de trabalho com a Brasif era usado para repassar a mesada


	Fernando Henrique Cardoso: Mirian afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que um contrato fictício de trabalho com a Brasif era usado para repassar a mesada
 (Divulgação)

Fernando Henrique Cardoso: Mirian afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que um contrato fictício de trabalho com a Brasif era usado para repassar a mesada (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 09h04.

São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nessa quinta, 18, existir um contrato feito "há mais de 13 anos" com a Brasif S.A.Exportação e Importação, empresa que, segundo a jornalista Mirian Dutra - com quem o tucano teve um relacionamento extraconjugal nos anos 1990 -, foi usada para repassar uma mesada de US$ 3.000 a ela entre dezembro de 2002 e dezembro de 2006.

O tucano, no entanto, disse não ter condições de se manifestar sobre os detalhes até que a empresa preste esclarecimentos sobre o assunto.

Mirian afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que um contrato fictício de trabalho com a Brasif era usado para repassar a mesada. A empresa foi concessionária das lojas duty free nos aeroportos brasileiros nos anos 1990 e atualmente atua em diversos segmentos.

"Desconheço detalhes da vida profissional de Mirian Dutra. Com referência à empresa citada no noticiário de hoje (ontem), trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários", disse o ex-presidente.

Fernando Henrique afirmou que os recursos destinados à jornalista "provieram de rendas legítimas" do seu trabalho. "Depositadas em contas legais e declaradas ao IR, mantidas no Banco do Brasil em NY/ Miami ou no Novo Banco, Madri, quando não em bancos no Brasil."

Segundo Mirian, que na ocasião era funcionária da TV Globo, o contrato previa que ela fizesse análise de mercado em lojas convencionais e de duty free. Mirian admitiu ao jornal, porém, que nunca esteve em uma loja para trabalhar. De acordo com ela, o contrato era um meio para receber dinheiro de FHC e ajudar a sustentar o filho dela, Tomás Dutra.

DNA

Em sua nota, o ex-presidente também diz que sempre ajudou Tomás, apesar de os testes de DNA não terem reconhecido sua paternidade.

"Sempre me dispus a fazer qualquer outro teste que os interessados julgassem conveniente. A despeito disso, procurei manter as mesmas relações afetivas e materiais com o Tomás."

O ex-presidente também relata que continuou a pagar a matrícula e sustento de Tomás em uma "prestigiada universidade americana".

"Da mesma forma, doei mais recentemente um apartamento a ele em Barcelona, bem como alguns recursos para fazer os estudos de mestrado e, quando possível, atendo-o nas necessidades afetivas". Ao jornal, o ex-presidente havia negado ter enviado dinheiro para Mirian Dutra por meio da empresa.

Procurada pelo jornal O Estado de S.Paulo, a empresa Brasif não se manifestou até a conclusão desta edição.

Por meio de nota, a TV Globo informou que "jamais foi avisada" pela jornalista de supostos contratos fictícios que a profissional teria firmado com Brasif.

Contrato. Mirian afirmou ainda na entrevista que começou a receber a ajuda financeira em 2002, quando seu contrato com a TV Globo foi alterado e sua remuneração diminuída.

A emissora disse no comunicado que revisou o contrato da "remuneradora" em 2004, não em 2002, "tudo segundo a lei vigente no país em que trabalhava (Espanha)".

A jornalista havia tratado da relação com FHC também em entrevista à edição deste mês da revista BrazilcomZ, publicada na Espanha.

Acompanhe tudo sobre:DNAFernando Henrique CardosoIrregularidadesPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022