Vacina da Pfizer: reguladores americanos se debruçam sobre possível terceira do imunizante para a população (Eduardo Frazão/Exame)
Thiago Lavado
Publicado em 17 de setembro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 17 de setembro de 2021 às 14h49.
Os Estados Unidos encaram uma importante decisão nesta sexta-feira, 17: se devem autorizar uma terceira dose das vacinas da Pfizer contra a covid-19 a todos os cidadãos do país. Um comitê da FDA (equivalente da Anvisa no país) decide hoje se o país deve adotar amplamente doses de reforço das vacinas, se a prática é segura e protege contra infecções.
Segundo Anthony Fauci, médico que é presidente conselheiro do comitê que irá deliberar sobre o assunto, a discussão vai girar em torno de descobrir se as doses são necessárias para providenciar uma cobertura completa contra o coronavírus.
Fauci e o presidente Joe Biden, que já anunciou a intenção de dar uma dose adicional à população em uma nova fase do combate à pandemia, defendem a medida, argumentando que o reforço diminuiria reduções de eficácia e ajudaria na proteção da população.
Pesquisadores e a OMS afirmam que seria mais eficiente usar as doses para vacinar pessoas que não receberam a imunização ainda.
A fabricante de vacinas Pfizer também trará informações sobre o assunto. Em carta aberta, o CEO da empresa, Albert Bourla, afirmou que os dados aponta para o benefício do reforço, citando evidências de Israel.
Os oficiais da FDA estão um pouco mais céticos. Uma revisão dos dados disponíveis até o momento, feita por um grupo de cientistas internacionais e publicada na renomada revista científica de medicina The Lancet, afirma que doses de reforço das vacinas contra a covid-19 não são necessárias para pessoas sem sistema imunológico comprometido.
Os cientistas, que incluem dois oficiais sênior da FDA, afirmam que os imunizantes atualmente aprovados, de acordo com os dados, permanecem altamente efetivos contra casos graves da doença e hospitalização, inclusive quando causadas pela variante Delta.
Em informações enviadas ao comitê, oficiais da FDA apontam que os estudos que embasam a tese de reforço são inconclusivos e não foram realizados nos EUA.
É incerto se a FDA irá aprovar as doses extras da Pfizer para toda a população acima de 16 anos. Mesmo que seja definido que o reforço é eficaz e seguro, caberá ainda ao Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), definir uma faixa etária a receber as doses e também um calendário de aplicação.