Ciência

Exame de sangue pode prever quem vai morrer de covid-19, diz estudo

Novo estudo mostra que indicador de exame de sangue pode ajudar a entender a gravidade da infecção pelo novo coronavírus

Coronavírus: vírus pode causar alteração visível em exame de sangue convencional (KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Coronavírus: vírus pode causar alteração visível em exame de sangue convencional (KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 23 de setembro de 2020 às 12h09.

Última atualização em 23 de setembro de 2020 às 12h16.

Um exame de sangue comum pode identificar se um paciente internado com covid-19 tem ou não alto risco de morrer em razão de um quadro grave da doença. A descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores do Massachusetts General Hospital, que buscou por sinais em exames de sangue que estivessem relacionados com a gravidade da infecção pelo novo coronavírus e com casos de mortes pelo vírus.

"Ficamos surpresos ao descobrir que um exame padrão que quantifica a variação no tamanho dos glóbulos vermelhos - chamado de largura de distribuição de glóbulos vermelhos - foi altamente correlacionado com a mortalidade do paciente com covid-19, e a correlação persistiu ao controlar outros fatores de risco, como a idade do paciente, e algumas doenças pré-existentes ", diz, em nota, Jonathan Carlson, co-autor do estudo, publicado no descrita no JAMA Network Open, rede de pesquisas científicas.

A análise incluiu dados de 1.641 adultos diagnosticados com covid-19 que estavam internados em um hospital na região de Boston, nos Estados Unidos, entre os dias 4 de março e 28 de abril de 2020.

O estudo indica que os pacientes que tiveram a largura de distribuição de glóbulos vermelhos acima da média tiveram 2,7 maior risco de morte por covid-19. Em quadros assim, a taxa de mortalidade foi de 11% para 31%. A pesquisa aponta ainda que o monitoramento desse indicador pode ajudar médicos a entender se o tratamento utilizado está surtindo efeito ou se o paciente apresenta piora no estado de saúde.

Os pesquisadores agora investigam os motivos do aumento da largura de distribuição de glóbulos vermelhos para entender se novos tratamentos são possíveis para a covid-19.

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