Ciência

Coronavírus: EUA libera uso de Remdesivir em casos de emergência

Autorização do FDA, órgão americano que regula medicamentos, reduz exigências para a entrada da droga no país

Placa em frente à sede da Gilead, fabricante do Remdesivir, que vem sendo testado contra o coronavírus (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

Placa em frente à sede da Gilead, fabricante do Remdesivir, que vem sendo testado contra o coronavírus (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de maio de 2020 às 17h30.

Última atualização em 6 de maio de 2020 às 10h15.

Placa em frente à sede da Gilead, fabricante do Remdesivir, que vem sendo testado contra o coronavírus (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

Os Estados Unidos liberaram o uso do medicamento Remdesivir em casos de emergência em pacientes com covid-19, disse o presidente Donald Trump em coletiva na Casa Branca, nesta sexta, 1.

A droga tem mostrado bons resultados na recuperação de pacientes hospitalizados, acelerando o processo de melhora. O FDA, órgão que regula os medicamentos nos país, autorizou o uso de Remdesivir em emergências, o que possibilita sua entrada no mercado americano sem a exigência de dados completos sobre segurança e eficácia.

O medicamento é testado pela Gilead Sciences Inc, cujas ações fecharam em queda de 4,8%, a 79,95 dólares, em Nova York. A companhia tem sido questionada por investidores sobre como planeja obter lucros com a droga.

Em conversa com o presidente Trump, o comissário da FDA Stephen Hahn afirmou que a droga foi liberada para uso em pacientes hospitalizados. Um estudo liderado pelos EUA divulgado nesta semana mostrou que pacientes que tiveram acesso ao medicamento se recuperaram em uma média de 11 dias, enquanto os que usaram placebo tiveram recuperação em 15 dias.

Uma terapia eficaz contra a covid-19 é vista como uma ponte entre a atual pandemia -- que infectou mais de um milhão de pessoas nos EUA -- e esforços a longo prazo para superar o vírus ou criar uma vacina efetiva.

Essas medidas são consideradas cruciais pelo governo e oficiais de saúde para a reabertura total da economia e para o fim das orientações de distanciamento social, que têm resultado em um aumento importante do desemprego, fechado escolas e colocado o mercado financeiro em seu período mais turbulento desde a crise financeira de 2008.

A Gilead informou ter cerca de 50 mil unidades da droga prontas para distribuição. A companhia tem mantido contato com o FDA para definir como o medicamento deve ser usado, e informou esperar que o antiviral seja o ativo principal da terapia, além de provar que outras drogas podem atingir o vírus. A empresa também examina como impulsionar a fabricação do Remdesivir.

Enquanto foca esforços na medicação, a companhia também enfrenta questionamentos sobre como (e se) vai lucrar com as vendas do produto. Após o reporte ganhos no primeiro trimestre, analistas financeiros perguntaram sobre os planos a longo prazo para a droga, após a liberação gratuita das primeiras doses.

"Não houve nenhum momento como este na história do planeta", disse o diretor da empresa, Daniel O'Day. "Não há uma cartilha a seguir. Em vez disso, precisamos pensar em como podemos dar acesso a nossos medicamentos a pacientes do mundo todo, e fazer isso de uma maneira sustentável para a companhia e seus parceiros."

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