Combate ao coronavírus: pesquisadores buscam tratamentos para amenizar quadros graves da covid-19 (Pixabay/Reprodução)
Lucas Agrela
Publicado em 25 de setembro de 2020 às 09h47.
Última atualização em 25 de setembro de 2020 às 11h27.
Dois novos tratamentos com anti-inflamatórios são uma nova esperança no combate ao coronavírus, causador da covid-19. A droga experimental chamada AMY-101 e o anticorpo monoclonal Eculizumabe foram avaliados em estudos clínicos, feitos no Brasil e nos Estados Unidos, com pacientes com quadros graves de covid-19 e se mostraram promissoras para a melhora da saúde.
Apesar de os dois tratamentos terem funcionado para melhorar o quadro de saúde de pacientes, a droga AMY-101 é não só a mais barata como também a mais promissora. Os resultados dos estudos, feitos pelo Centro de Terapia Celular de Ribeirão Preto (SP) e pela Universidade da Pensilvânia (EUA), foram publicados no periódico científico Clinical Immunology.
Enquanto o anticorpo monoclonal, foi testado em pacientes com covid-19 no Hospital das Clínicas da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo), a AMY-101 foi usado no tratamento de pacientes de um hospital em Milão, na Itália.
“Os 2 compostos causaram uma resposta anti-inflamatória robusta que culminou em uma recuperação bastante rápida da função respiratória dos pacientes”, afirma Rodrigo Calado, coordenador do estudo no Hospital das Clínicas da FMRP-USP, para a Agência FAPESP.
A infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) faz com que o sistema imunológico atue de forma exagerada e libere citocinas que causam inflamação, um fenômeno chamado por especialistas de tempestade de citocinas. Os tratamentos avaliados causaram uma diminuição intensa da inflamação causada pelo vírus no organismo humano.
O Eculizumabe já é usado no tratamento de doenças que afetam o sangue. Já a AMY-101 é uma droga experimental feita farmacêutica americana Amynda.
A próxima etapa da pesquisa prevê testes com grupos maiores de pacientes com covid-19.