Vitamina D: pesquisa indica ela não é significativa na proteção contra doenças respiratórias -- covid não foi estudada (pinkomelet/Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 17 de janeiro de 2021 às 17h07.
Última atualização em 18 de janeiro de 2021 às 19h34.
Uma pesquisa traz novos dados sobre a eficácia da vitamina D contra doenças respiratórias. Feito por pesquisadores australianos, o estudo indica que a vitamina D não protege pessoas contra a infecção causada por doenças respiratórias, como gripe, resfriado e outras doenças respiratórias agudas. No entanto, ela pode ajudar a reduzir a duração dessas doenças. A melhora, porém, é modesta e limitou-se a 12 horas de redução na duração dos sintomas.
A pesquisa foi realizada por pesquisadores do QIMR Berghofer Medical Research Institute, na Austrália, considerando dados de cinco anos de 16 mil pessoas com idades entre 60 e 84 anos, que tomaram vitamina D ou placebo, e reportaram mensalmente as doenças que tiveram.
"Nosso ensaio clínico mostrou que as pessoas que tomaram suplementos de vitamina D foram infectadas com resfriados e gripes na mesma proporção que aquelas que receberam placebos. Aqueles que receberam os suplementos, no entanto, em média, relatam uma pequena redução no número de dias sintomas experimentados (em média, cerca de meio dia) ", afirma, em nota, Rachel Neale, pesquisadora-chefe e chefe do grupo de etiologia e prevenção do câncer da QIMR Berghofer.
Neale declara que a vitamina D pode dar um leve impulso ao sistema imunológico, mas não é o suficiente para evitar que as pessoas adoeçam ou tenham aumento de velocidade significativo na recuperação das doenças respiratórias analisadas.
Os pesquisadores admitem limitações no estudo. Um dos pontos é que a falta de vitamina D não é algo muito comum na Austrália, enquanto a deficiência é comum em outros países, o que pode afetar a adoção dos resultados do estudo para outros países – vale notar que o clima da Austrália é parecido com o do Brasil. A incidência solar está relacionada à produção da vitamina D no organismo humano, uma vez que ela tenha sido consumida em alimentos ou suplementos alimentares.
Vale notar que os resultados não se relacionam à covid-19, uma vez que o estudo foi iniciado antes de o vírus se espalhar pelo mundo.