Ciência

Estudo sugere que resfriado comum pode dar imunidade contra covid-19

Para os pesquisadores, isso não significa que os indivíduos que contraíram outras variações do coronavírus estão totalmente imunes à covid-19

Coronavírus: pesquisadores correm contra o tempo para entender melhor nova variante da doença (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

Coronavírus: pesquisadores correm contra o tempo para entender melhor nova variante da doença (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 6 de agosto de 2020 às 08h51.

Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 15h17.

Pessoas que já contraíram tipos de resfriados mais amenos de variantes do coronavírus podem ter imunidade contra a covid-19, mesmo sem tê-la contraído, segundo um estudo publicado na revista científica Science.

O estudo sugere que de 20% a 50% das pessoas que já contraíram algum tipo de coronavírus mais leve têm uma resposta imune reativa ao novo vírus --- exatamente porque o corpo é capaz de se lembrar.

Analisando amostras de sangue humanas datadas de 2019, antes de o SARS-CoV-2 começar a circular, os pesquisadores mapearam 142 epítopos de células T (também conhecidas como linfócitos T, ajudam o organismo na defesa de infecções).

Para os pesquisadores, isso não significa que os indivíduos que contraíram as variações OC43, 229E, NL63 e HKU1 do coronavírus estão necessariamente imunes à nova variante, mas que "a memória de células T para os coronavírus que causam o resfriado comum pode ajudar a entender a pelo menos uma parte da extensa heterogeneidade observada na covid-19".

O Sars-CoV-2 já afeta o mundo e a economia há mais de seis meses. Desde o início da pandemia, que começou a assolar outros lugares fora da China em janeiro, cientistas e pesquisadores têm tentado encontrar uma solução para a doença.

Já são 18.563.065 infectados globalmente e 701.085 mortes. O Brasil, segundo país com mais casos, tem 2.801.921 doentes e 95.819 óbitos, segundo o monitoramento em tempo real da universidade americana Johns Hopkins.

De acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) do dia 31 de julho, 26 vacinas estão em fase de testes e outras 139 estão em desenvolvimento. Das 26 em testes clínicos, 6 estão na fase III.

Outros tratamentos têm sido testados, como o de anticorpos. Recentemente pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriram novos anticorpos capazes de neutralizar a covid-19.

Quanto tempo dura a imunidade ao coronavírus?

Um estudo divulgado neste mês pela universidade King’s College, de Londres, indicou que os níveis de anticorpos contra o coronavírus chegam ao pico três semanas após o início dos sintomas. No entanto, a contagem de anticorpos diminui rapidamente nas semanas seguintes.

Outra pesquisa, feita com base em um vírus semelhante por pesquisadores de Singapura, informa que a proteção contra o vírus podem ser “lembrada” por anos pelo organismo humano. Um tipo de células do sistema imunológico, as células T, ainda estão ativas contra o vírus Sars (também da família coronavírus) 17 anos depois da infecção.

Apesar do avanço das pesquisas, o tempo de duração da imunidade contra o novo coronavírus permanece um mistério e apenas mais estudos sobre o tema poderão revelar por quanto tempo o corpo humano pode ficar protegido de novas infecções.

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