Ciência

Estudo mostra baixa transmissão de covid-19 em escolas

Apenas um pequeno surto aconteceu em uma creche, e a doença se espalhou entre 6 adultos e 7 crianças

Escola: crianças têm baixa taxa de transmissão de vírus (Klaus Vedfelt/Getty Images)

Escola: crianças têm baixa taxa de transmissão de vírus (Klaus Vedfelt/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 09h45.

Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 15h42.

Um estudo feito por pesquisadores australianos apontou que os níveis de transmissão pelo novo coronavírus em escolas foi baixo durante a primeira onda da doença, no começo do ano.

As escolas na Austrália, ao contrário de muitos países no mundo, permaneceram abertas e, quando o vírus atingiu o seu pico por lá, reduziu a quantidade de estudantes, respeitando as regras de distanciamento social e priorizando a presença física de filhos de profissionais da área de saúde.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram 15 escolas e 10 creches que tiveram a presença de crianças ou adultos infectados em Nova Gales do Sul, no sudeste da Austrália.

Mais de mil contatos foram monitorados no estudo e, desses, 43,7% tiveram testes positivos de ácido nucléico, ou de anticorpos, ou ambos, para a covid-19. A transmissão secundária foi encontrada em cinco casos em três escolas. Nas creches, em apenas nove das dez analisadas houve contaminação.

Apenas um pequeno surto do SARS-CoV-2 aconteceu em uma creche, e a doença se espalhou entre seis adultos e sete crianças.

Em primeiro de maio, Nova Gales do Sul tinha 3.033 casos confirmados de covid-19. Aqueles abaixo de 18 anos representavam apenas 3,2% dos infectados e 9% delas deram entrada no hospital para seguir as medidas restritivas de isolamento. De todas, apenas uma precisou ir para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Em todas as escolas, cinco dos 18 casos encontrados foram assintomáticos, ou seja, os indivíduos não tiveram sintomas durante o período de infecção.

As evidências científicas sugerem que a covid-19 é menos grave em crianças e causa menos complicações quando comparadas aos adultos.

A pesquisa foi publicada na prestigiada revista científica The Lancet.

A notícia de que escolas podem não ser ambientes de alto contágio da covid-19 é boa para os pais no mundo todo, mas estudos apontam que é bom tomar cuidado.

Uma pesquisa preliminar feita na Coreia do Sul apontou que pré-adolescentes e adolescentes são capazes de transmitir o vírus tanto quanto adultos.

A taxa de contágio mais alta foi encontrada em casos de crianças acima de 10 anos, de 18,6%. Já crianças de zero a nove anos tiveram a menor taxa de transmissão (5,3%) --- o que vai de encontro com a descoberta feita pelos cientistas australianos.

Acompanhe tudo sobre:AustráliaCoronavírusDoençasEscolasPesquisas científicas

Mais de Ciência

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo

Plano espacial da China pretende trazer para a Terra uma amostra da atmosfera de Vênus