Ciência

Estudo liderado por cientista brasileiro pode ter descoberto nono planeta no Sistema Solar

Corpo celeste ainda não observado poderia ser a chave para entender algumas irregularidades nas órbitas de objetos além de Netuno

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 10 de abril de 2025 às 16h33.

Última atualização em 10 de abril de 2025 às 16h50.

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Desde que Plutão foi rebaixado à categoria de planeta anão, o Sistema Solar passou a contar oficialmente com oito planetas. Mas a possível existência de um nono planeta — o chamado Planeta Nove — voltou a instigar a comunidade científica depois que um cientista brasileiro reforçou a teoria.

Localizado nos limites extremos do Sistema Solar, esse corpo celeste ainda não observado poderia ser a chave para entender algumas irregularidades nas órbitas de objetos além de Netuno, segundo a pesquisa publicada no Astronomical Journal.

A hipótese ganhou força em 2016, quando os astrônomos Mike Brown e Konstantin Batygin sugeriram que um planeta massivo e invisível estaria influenciando o comportamento de corpos trans-netunianos. Desde então, diversas pesquisas tentam confirmar essa ideia.

Quais são as evidências para o Planeta Nove?

Desta vez, o estudo desenvolvido pelo pesquisador Rafael Ribeiro de Souza, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), traz um modelo da evolução do Sistema Solar para investigar possíveis efeitos gravitacionais de um planeta ainda não confirmado.

O trabalho focou na trajetória dos cometas, que poderiam refletir a presença gravitacional de um planeta ainda desconhecido. Segundo o relatório, esse planeta oculto ajudaria a explicar a formação de estruturas como o Cinturão de Kuiper e a Nuvem de Oort.

As simulações, que cobrem bilhões de anos de evolução orbital, mostram que a inclusão do Planeta Nove produz resultados coerentes com a organização atual do Sistema Solar — um indicativo poderoso, ainda que indireto, de sua possível existência. O estudo foi divulgado pela revista científica Icarus.

Por que ainda não o encontramos?

Apesar dessas pistas, o Planeta Nove segue invisível aos nossos telescópios. Isso se deve, principalmente, à sua provável localização extremamente distante, onde a luz solar mal chega, dificultando sua detecção. Além disso, se ele tiver uma órbita muito alongada, pode passar longos períodos em regiões praticamente inalcançáveis para os instrumentos atuais.

Mas a ciência não para. Novos modelos e equipamentos mais avançados estão sendo desenvolvidos com o objetivo de rastrear sinais mais sutis que possam levar à sua descoberta.

O que vem pela frente?

A busca pelo Planeta Nove continua ativa. Missões futuras e telescópios mais poderosos podem trazer as evidências decisivas para confirmar (ou descartar) sua existência. Enquanto isso, a comunidade científica segue debatendo e explorando os dados disponíveis.

Se for encontrado, o Planeta Nove não só mudará a contagem oficial de planetas do Sistema Solar como também ampliará nosso entendimento sobre a formação de sistemas planetários. Até lá, ele permanece como um dos maiores mistérios da astronomia moderna — e um exemplo fascinante de como o desconhecido ainda molda a ciência.

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