Música: os autores sugerem que as variáveis da música alegre podem aumentar a flexibilidade de pensamento (MM Productions/Thinkstock)
EFE
Publicado em 6 de setembro de 2017 às 17h29.
Washington - Escutar música alegre alimenta à criatividade e pode ajudar a gerar mais soluções e mais inovadoras em comparação com não ouvir nada, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica "PLOS ONE".
Uma equipe liderada por Simone Ritter, da Universidade Radboud, dos Países Baixos, e Sam Ferguson, da Universidade de Tecnologia de Sydney, na Austrália, examinou o efeito da música na cognição e na criatividade, uma qualidade que permite encontrar soluções inovadoras para uma ampla gama de problemas e chegar a novas ideias.
Os cientistas contaram para sua pesquisa com 155 participantes que foram divididos em quatro grupos experimentais, cada um dos quais escutava um tipo de música (tranquila, alegre, triste ou ansiosa), dependendo da sua valência emocional (positiva ou negativa) e excitação (alta ou baixa), enquanto um grupo de controle escutava o silêncio.
Uma vez que começava a música, os participantes realizavam tarefas cognitivas que punham a toda prova seu pensamento criativo.
Os participantes que apresentaram as soluções mais originais e úteis a uma tarefa receberam uma maior pontuação de criatividade divergente, enquanto os que apresentaram a melhor solução possível receberam uma maior pontuação na criatividade convergente.
Deste modo, os pesquisadores descobriram que escutar música alegre, definida como música clássica com valência positiva e alta em excitação, fomenta o pensamento criativo mais divergente em comparação com o silêncio, assegura o artigo científico.
Os autores sugerem, além disso, que as variáveis da música alegre podem aumentar a flexibilidade de pensamento, de modo que o participante pode considerar soluções que não lhe teria ocorrido tão facilmente se realizasse a tarefa em silêncio.
"Este estudo demonstra que a cognição criativa pode melhorar com a música", assegura o estudo, cujos autores querem explorar agora como diferentes sons ambientais podem afetar à criatividade dependendo da origem cultural, idade ou níveis de experiência musical das pessoas.
A pesquisa demonstra ainda que escutar música promove o pensamento criativo de maneira econômica e eficiente em diversos entornos científicos, educativos e organizativos, segundo os autores.