Ciência

Estudo diz que ainda é possível atingir metas do Acordo de Paris

O pacto firmado na Cúpula do Clima de Paris em 2015 (COP21) fixaram um aumento máximo de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais em 2100

Aquecimento global: a pesquisa analisa o "orçamento de carbono" do planeta para não superar o limite estabelecido (foto/Getty Images)

Aquecimento global: a pesquisa analisa o "orçamento de carbono" do planeta para não superar o limite estabelecido (foto/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 17h02.

Londres - Atingir as metas do Acordo Climático de Paris ainda é possível, mas os países que assinaram o pacto poderiam ser obrigados a reforçar seus compromissos para a redução de emissões, indicou um relatório publicado nesta segunda-feira pela revista "Nature".

A pesquisa, liderada pela Escola de Ciências Físicas, Matemática e Engenharia da Universidade de Exeter, no Reino Unido, analisa o "orçamento de carbono" do planeta para não superar o limite estabelecido, ou seja, a quantidade de gases de efeito estufa que ainda podem ser lançados antes de a meta ser superada.

O pacto firmado na Cúpula do Clima de Paris em 2015 (COP21) fixaram um aumento máximo de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais em 2100, lembram os especialistas.

"O Acordo de Paris abriu o debate sobre se limitar o aquecimento em 1,5 graus é compatível com os compromissos atuais de redução de emissões e o aquecimento de 0,9 graus que já ocorreu desde meados do século XIX até a presente década", explicam os pesquisadores.

O documento indica que o "orçamento" de emissões de carbono restante compatível com o limite de 1,5ºC é maior do que se pensava anteriormente. No entanto, os cientistas afirmam que o aquecimento global antropogênico fez com que a temperatura na superfície fosse 0,93ºC mais alto do que os registrados em meados do século XIX.

Para a pesquisa, os cientistas combinaram o uso de um "modelo climático de carbono simples" com propriedades-chave do sistema e dados do estado de clima atual para calcular o "orçamento de carbono" restante compatível com as metas fixadas.

Nesse sentido, constataram que uma forte redução de gases de efeitos estufa diferentes do dióxido de carbono e contínuos ajustes poderiam permitir emissões líquidas de carbono entre 250 e 540 gigatoneladas.

O intervalo, indicam os pesquisadores, poderia ser compatível com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5ºC até 2100.

Eles também sugerem que as atualizações periódicas sobre o aquecimento antropogênico, baseadas em uma metodologia transparente, servirão para que os países que assinaram o Acordo de Paris possam ajustar seus compromissos na luta contra a mudança climática.

"Em consequência, limitar o aquecimento a 1,5 graus não é ainda uma impossibilidade geofísica, mas é possível que sejam cumpridos compromissos reforçados até 2030", alertam os autores.

"O fortalecimento das reduções de emissões de curto prazo serviria de proteção para uma possível resposta climática forte ou de taxas de redução subsequentes que fossem inviáveis do ponto de vista econômico, técnico e político", indicaram os cientistas.

Acompanhe tudo sobre:acordo-de-parisAquecimento globalMudanças climáticasPesquisas científicas

Mais de Ciência

Cientistas constatam 'tempo negativo' em experimentos quânticos

Missões para a Lua, Marte e Mercúrio: veja destaques na exploração espacial em 2024

Cientistas revelam o mapa mais detalhado já feito do fundo do mar; veja a imagem

Superexplosões solares podem ocorrer a cada século – e a próxima pode ser devastadora